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23 de set. de 2020

Adaptações textuais para pessoas com deficiência intelectual (Parte II): Linguagem Simples

 Continuando o tema da última postagem, hoje falo sobre uma das técnicas que estou estudando para realizar, de forma mais profissional, o adaptação textual. Embora meus propósitos sejam pedagógicos, e meu púbico-alvo sejam os alunos e alunas com deficiência, a adaptação em Linguagem Simples facilita a compreensão para um grande número de pessoas, e pode ser aplicado a diversos contextos.

Pesquisando sobre as técnicas de adaptação, encontrei, no ano passado, o site "Comunica Simples", (comunicasimples.com.br) e comecei a aprender um pouco sobre este movimento.

Em 2020, durante a pandemia, encontrei dois cursos sobre o tema, gratuitos e 100% online, disponibilizados pela Escola Virtual do Governo, e que podem ser acessados nos links abaixo:

  • Primeiros passos para a Linguagem Simples - 8h - https://www.escolavirtual.gov.br/curso/315
  • Linguagem Simples aproxima o governo das pessoas. Como usar? - 20h - https://www.escolavirtual.gov.br/curso/332
Aconselho que façam na ordem indicada acima, pois o primeiro é mais indicado para pessoas, e o segundo, para instituições.

Linguagem Simples é tradução do termo em inglês Plain Language. Em espanhol, é chamada de Lenguaje Claro.  É uma técnica de comunicação e uma causa social com força em vários países.
Seu objetivo é tornar textos e documentos mais fáceis de ler. A pessoa consegue localizar rápido a informação, entendê-la e usá-la.
É um campo ainda pouco conhecido no Brasil, mas vem recebendo um crescente interesse.
A expressão Plain Language foi consagrada por movimentos sociais internacionais a partir dos anos 1970. Consumidores e cidadãos passaram a exigir que textos e documentos fossem mais fáceis de ler e entender.
Algumas diretrizes da LS:

  • Ter empatia com o leitor
  • Hierarquia das informações
  • Uso de palavras comuns
  • Uso de palavras concretas
  • Uso de frases curtas
  • Frases em ordem direta
Ainda não existe material didático em português com orientações específicas para elaborar textos pela técnica da Linguagem Simples. Esta técnica pode ser utilizada para textos informativos, técnicos e governamentais.
A desvantagem é que não é uma técnica utilizada para textos literários e não tem finalidade pedagógica.

Inúmeros governos, no exterior, e agora, no Brasil (como o Ceará e São Paulo) estão adotando iniciativas de tornar seus sites e documentos de serviços públicos mais fáceis de entender através da adoção da Linguagem Simples. Há um projeto de lei no congresso nacional com o objetivo de adoção dessa prática também a nível nacional. Entretanto, em primeiro lugar, temos que entender a real e urgente necessidade de utilizarmos como linguagem simples naqueles editais, formulários, recados, até mesmo nas instruções de serviços, manuais e enunciados de questões escolares.
Em segundo lugar, devemos nos capacitar para utilizar essa linguagem de forma consciente e motivar nosso entorno a fazer o mesmo.

A Linguagem Simples é uma importante ferramenta de inclusão social, e devemos conhecê-la, mas ela não atinge textos literários, por exemplo, objetivo principal da queixa que fiz na primeira postagem dessa série.

Por isso, nosso próximo tema será uma outra (e maravilhosa) técnica de adaptação.
Aguardem e registrem seus comentários e dúvidas.

Abraço!
Vanessa