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5 de mai. de 2013

Uma escola de surdos em Lisboa

Olá pessoal

Estou feliz por estar de volta postando, depois de um período que precisei priorizar meus estudos. De volta ao Brasil, a minha casinha, aos meus projetos, e de volta ao Blog Vendo Vozes, quero aproveitar para contar a vocês um pouco das experiências que tive em Lisboa e que possam ser, de alguma maneira, úteis a vocês!

Hoje quero começar relatando uma escola de surdos que conheci chamada Escola Jacob Rodrigues Pereira. Estive lá por duas ocasiões, a primeira conhecendo a instalações da escola, a história, metodologia e projetos, através da grande ajuda do professor e coordenador Pedro Barros, e, em um segundo momento, pude assistir e participar de uma aula de Língua Portuguesa com a professora Susana Rebelo.

Sobre a escola
A Escola Jacob Rodrigues Pereira pertence à Associação Casa Pia, em Lisboa, desde 1834, quando começou como um instituto exclusivo para alunos surdos. Diferente de outras escolas, ela não é supervisionada pelo Ministério da Educação, mas sim, pelo Ministério da Seguridade Social de Portugal, e é a maior instituição de educação de surdos daquele país. Atualmente, também acolhe alunos ouvintes, embora os surdos ainda sejam maioria.

Fachada do instituto Jacob Rodrigues Pereira

O nome da escola é uma homenagem à Jacob Rodrigues Pereira, educador de surdos francês que viveu entre 1715 e 1780, e criou um método de ensino oral para surdos através de gestos, pois acreditou, na maior parte de sua vida, que o oralismo era a melhor opção para surdos. Ao final de sua vida, no entanto, ele se convenceu de que a comunicação em língua de sinais era uma melhor opção de comunicação e desenvolvimento dos surdos.

Busto de Jacob Rodrigues Pereira, na entrada da escola

Observação
Observei a aula de Língua Portuguesa de uma turma do 11° aluno do curso de ensino secundário profissionalizante de Desenho de Arquitetura. Embora a turma seja mista, durante algumas aulas (inclusive, as de Língua Portuguesa) os alunos surdos e ouvintes são separados. A turma de surdos era composta de 6 alunos surdos, com média de 19 anos. A turma era muito descontraída, e logo que a professora me apresentou a eles, se interessaram em me perguntar várias coisas sobre o Brasil, sobre a educação de surdos aqui e sobre a Libras. Alguns tinham muito interesse em vir para cá, e pesquisavam os sinais da Libras na internet, além de conheceram muitas coisas sobre o país, principalmente devido as novelas brasileiras que são transmitidas pelos canais de TV portugueses.


Queridos alunos da turma do 11° ano, eu à esquerda, e professora Susana à direita.


A aula era bilíngue, pois além da professora sinalizar em LGP (Língua Gestual Portuguesa), por vezes ela precisava oralizar para um dos alunos, que além de ter perdido a audição depois de adolescente é francês, e ainda está aprendendo a Língua Portuguesa. Que desafio, né? Então ela oralizada em português, e por vezes, em francês, para que o aluno também pudesse acompanhar. Uma outra curiosidade foi o tópico da aula: teatro, que lá também é competência do professor de português (Desafio 2!) Como aqui no Brasil, não há livros didáticos de LP para surdos, e os professores acabam desenvolvendo os materiais, com muita criatividade e recursos visuais. A sala de aula conta, além do quadro negro, de uma quadro "touch", daqueles brancos, como se fosse um monitor de computador gigante, que se pode clicar e tem vários recursos (todas as salas de aula possuem essa tela). Esse tipo de tecnologia é URGENTE  nas salas de aulas de surdos no Brasil, não acham? 

Agradeço à carinhosa recepção da Professora Susana, do Professor Pedro Barros, e dos alunos do 11° ano. Obrigada!

Para saber mais



2 de dez. de 2011

Promoção de Natal!


Olá queridos!

O Vendo Vozes quer agradecer a todos os leitores e colaboradores por ter nos acompanhado em mais um ano. O primeiro presente foi o novo layout, criado pelo Bruno Pires, o que acharam???

O segundo é um exemplar do livro "Surdos Qual Escola?", Organizado pela Professora Nídia Regina L. de Sá.
O livro saiu este ano, pela Editora Valer e Editora da Universidade Federal do Amazonas, e foi oferecido pela Profa. Dra. Maria Cecília Moura, uma das autoras do livro. Abaixo vocês tem um release do livro e uma lista de todos os artigos e autores, que juntos compõe este livro de 300 páginas!


Artigos e Autores:

Organizadora: Profa. Dra. Nídia Regina Limeira de Sá – UFAM/AM





  1. Escolas e classes de surdos: opção político-pedagógica legítima. Profa. Dra. Nídia Regina Limeira de Sá – UFAM/AM
  2. A ameaçada escola de surdos - Profa. Msc. Shirley Vilhalva – FNDE/UFSC/SC
  3. Sobre a falácia de tratar as crianças ouvintes como se fossem surdas, e as surdas como se fossem ouvintes ou deficientes auditivas: pelo reconhecimento do status linguístico especial da população escolar surda. Prof. Dr. Fernando C. Capovilla – USP/SP
  4. A performatividade em educação de surdos - Profa. Dra. Gladis Perlin – UFSC/SC e Prof. Dr. Wilson Miranda – UFSM/RS
  5. O difícil são as palavras: discursos e práticas na escolarização de jovens a adultos surdos. Profa. Dra. Wilma Favorito – INES/RJ
  6. Educação de surdos: entre a realidade e a utopia. Profa. Msc. Emiliana Faria Rosa – UNIPAMPA/RS
  7. A escola bilíngue para surdos: uma realidade possível - Profa. Dra. Maria Cecília Moura - FACHS e PUC/SP
  8. A centralidade da língua para os surdos: pelos espaços de convivência e uso da Libras – Profa. Msc.Larissa Silva Rebouças – UFS/SE e Prof. Msc. Omar Barbosa Azevedo – UFBA/BA
  9. O contexto da sala de aula inclusiva e a educação da criança surda - Profa. Dra. Thereza Bastos – UFRB/BA
  10. Estudantes surdos na escola regular: análises de surdos. Profa. Msc. Jane Lindoso Brito – UEA/AM e Profa. Dra. Nídia Regina Limeira de Sá – UFAM/AM
  11. Na escola de surdos: o teatro como construtor identitário e cultural– Profa. Msc. Rosejane da Mota Farias - UFAM/AM e Profa. Dra. Nídia Regina Limeira de Sá – UFAM/AM
  12. Aulas de música em classes de/com surdos? – Profa. Dra. Nídia Regina Limeira de Sá – UFAM/AM
  13. Escola de surdos: um espaço negado. Profa. Dra. Arminda Rachel Botelho Mourão - UFAM/AM e Profa. Msc. Joab Grana Reis – UEA/AM
  14. Pela estimulação precoce em libras para crianças surdas: testemunho de um pesquisador - Prof. Msc. Omar Barbosa Azevedo –UFBA/BA
  15. A inclusão da pessoa com deficiência - Prof. Dr. José Salomão Schwartzman – Universidade Mackenzie/SP
  16. Carta aberta de Kristina Svartholm - Sobre escolas especiais para surdos – Profa. Dra. Kristina Svartholm (Universidade de Estocolmo) e Profa. Dra. Maria Cecília Moura (FACHS e PUC/SP)
  17. Carta Aberta ao MEC – Profa. Dra. Nídia Regina Limeira de Sá – UFAM/AM
  18. Carta de F. Capovilla ao Ministro da Educação – Prof. Dr. F. Capovilla – USP/SP
  19. Carta de Salvador: A educação que nós, surdos, queremos e temos direito – Comunidade Surda/BA

Como participar???

1. Clique em "comentários", aqui abaixo, e responda: "Qual a escola você quer para os surdos?"
2. Inclua seu nome e e-mail.
3. Pronto, está participando. Envie quantos comentários quiser, mesmo quem já foi sorteado em promoções anteriores. O sorteio será dia 26 de dezembro! Divulgue e participe.
Abraço, Vanessa.

8 de jan. de 2009

"Escola especial para surdos" ou "escola de surdos"?


Abordei essa questão em minha dissertação a partir da leitura que fiz sobre o livro de Maura Corcini publicado em 2007 (bibliografia no final do post).

Abaixo, um trecho do texto que escrevi sobre a temática.


"a comunidade surda reivindica uma escola de surdos que atenda a suas reais necessidades sociais, cognitivas e lingüísticas. Insatisfeitos com o nome “escola especial para surdos”, que traz no adjetivo “especial” uma conotação há muito entendida como escola para deficientes, para aqueles alunos que não possuem as condições necessárias para estarem inseridos em escolas ditas “normais”, a comunidade surda vem conseguindo, em alguns estados, a construção de “escolas de surdos”. A mudança de “escola para surdos” para “escola de surdos” representa não apenas a troca de uma placa, mas de uma visão política diferente em relação a educação desses alunos, pois não são feitas apenas para alunos surdos, como por surdos, com profissionais surdos atuantes, políticas educacionais específicas e um currículo surdo. Desta forma, a escola de surdos legitima ainda mais seu espaço de fundamental importância na vida desta comunidade, por ser muitas vezes o primeiro lugar “em que muitos têm a chance de conviver e de se auto-identificar com outros surdos” (Corcini, 2007, p.81)."


Qual a sua opinião sobre essas alterações? comente e vote na enquete do blog, à esquerda da página! Abraços!
Referência: LOPES, Maura Corcini . Surdez & Educação. 1. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2007. v. 1. 103 p.