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9 de jan. de 2008

Matéria: O fim do isolamento dos índios surdos

É com grande alegria que parabenizo a Revista Nova Escola e aos entrevistados da reportagem: "O fim do isolamento dos índios surdos", da Edição de dezembro de 2007 da Revista Nova Escola (editora Abril). Pela primeira vez uma revista tão conceituada de Educação faz uma matéria tão completa e de qualidade sobre um assunto tão raramente abordado e sempre escanteado pelos nossos governantes como esse, a minoria da minoria: os índios surdos brasileiros.
Parabenizo também a Shirley Vilhalva, já citada em outras postagens, por realizar esse trabalho tão difícil e ao mesmo tempo tão necessário.

Por isso não deixem de ler a revista ou acessem a matéria pelo site: http://revistaescola.abril.com.br/edicoes/0208/aberto/mt_261418.shtml

Para baixar diretamente a matéria em PDF em seu computador: http://revistaescola.abril.com.br/edicoes/pdf/0208/inclusao.pdf


Mais uma vez parabéns! Espero a próxima edição da revista para ler os comentários!

7 de jan. de 2008

A Ilha de Matha´s Vineyard


Tomei conhecimento pela primeira vez sobre a ilha de Marthas Vineyard quando li o livro "Vendo Vozes" de Oliver Sacks. O autor conta que
foi até a ilha e ficou observando os moradores da ilha, e percebeu as marcas da forte comunidade surda que havia no local. Os nativos ouvintes mais velhos
ainda sinalizam, quando querem contar algum segredo ou alguma piada só entre eles.
A partir de então fiquei muito curiosa sobre a ilha, mas há pouca coisa em português sobre ela. Encontrei então um artigo em espanhol,
traduzido de um artigo em inglês e me aventurei a passá-lo para o português.
Hoje, a ilha é conhecida por sua beleza e muito visitada por turistas.

(no mapa, a ilha de Martha está na cor lilás)

Foto da ilha:


A Ilha Martha Vineyard (ou A Ilha dos vinhedos de Marta)

Texto traduzido do espanhol para português por Vanessa Dagostim.
Texto Traduzido ao espanhol da fonte:
http://deafness.about.com/cs/featurearticles/a/marthasvineyard.htmArtigo com direitos reservados , solicitamos contatar Jamie Berke para seu uso.

Onde a utopia surda existiu
A ilha de Martha Vineyard se encontra diante a costa de Massachusetts.Os primeiros colonizadores desta ilha levaram consigo o gene da surdez para lá (o primeiro surdo da ilha foi Jonatán Lambert, 1694). Resultados dos casamentos entre os colonizadores e ilheiros, começaram a nascer gerações e gerações de pessoas com surdez. Isto chegou a tal ponto, que a cada quatro crianças nascidas, uma era surda! Foi assim que havia tantas pessoas surdas no povoado de Martha Vineyard, mas a maioria vivia no povoado de Chilmark; os moradores deste lugar desenvolveram a língua de sinais MVSL, a língua de sinais de Martha Vineyard. Assim foi como a MVSL passou a formar, enriquecer e misturar-se com a língua de sinais americana - ASL.

Um lugar onde existiu a maior população surda

Os censos realizados durante o século 19 mostraram o grau de surdez existente na ilha. Por exemplo, em 1817, duas famílias tinham membros surdos, com um total de 7 surdos. Alguns anos depois, antes de 1827, já havia 11 surdos na mesma família. O censo de 1850 de Chilmark identificou 17 surdos entre 141 casas entrevistadas, nos povoados de Hammett, de Lambert, de Luce, de Mayhew, de Tilton, e as famílias do oeste. Em 1855, eram 21 com o povoado de Tisbury, próximo à ilha. O censo de 1880 de Chilmark apontava 19 surdos em 159 casas. As novas famílias surdas no censo de 1880 incluíram os nobres da ilha e o povoado de Smiths. Para pôr estes dados na perspectiva, comparada com o continente (ESTADOS UNIDOS) onde existia uma proporção de 1 pessoa surda para cada 6000 casas, no povoado de Martha Vineyard era muito alta a proporção, com uma média de uma pessoa surda para casa 155 casas (1 em 25 em Chilmark, e 1 em 4 na cidade de Chilmark de Squibnocket).

Alta aceitação da língua de sinais
A língua de sinais era tão aceita na ilha de Martha Vineyard, que um jornal se espantou em 1895 da forma em que o idioma era falado e sinalizado ao mesmo tempo e foi tão espontâneo, livremente usado e facilmente aceito pelos moradores surdos e ouvintes. As pessoas que se mudavam para Chilmark tinham que aprender língua de sinais para viver na comunidade. A surdez era tão comum que alguns moradores ouvintes pensavam realmente que era uma doença contagiosa. Porém, a surdez nunca foi considerada uma desvantagem dentro dessa comunidade.

Declinação gradual da população surda

Os casamentos na ilha continuaram e a população surda de Chilmark e do resto da ilha continuou crescendo. Isto se interrompeu quando as crianças surdas cresceram e começaram a receber educação no continente. E foi assim como aos poucos as crianças começaram a freqüentar escolas fora da ilha, e começou a decrescer a população surda, já que voltavam à ilha com seus novos companheiros que haviam conhecido no continente, e outra parte da população surda da ilha ficava no continente. Assim foi como nos anos 1950 faleceram as ultimas pessoas surdas da ilha.

Livros e outros recursos sobre a Ilha
A história da sociedade surda na ilha de Martha Vineyard fascinou a eruditos e deu lugar à publicação do livro: “Onde todos falavam língua de sinais: Surdez hereditária em Martha Vineyard”. Este livro remonta a origem da surdez na ilha a uma área do condado de Kent de Gran Bretanha chamado o Weald. Além disso, outros artigos estão disponíveis (em inglês). Apareceu na metade dos anos 90 um documento de pesquisa sem data de 15 páginas de Roberto Mather e Linda McIntosh na Universidad de Tufts, "Os Surdos de Martha Vineyard." A bibliografía cita dois artigos de 1981 do Duke's County Intoligencer, respectivamente intitulado "A surdez hereditária das ilhas: uma lição para a compreensão humana ", e "Crianças surdas: cidadãos valiosos." Também foi incluída na bibliografia um artigo de Boston de 1895, publicado num Domingo: "A trilha dos meninos surdos e mudos da aldeia de Squibnocket." Um artigo da Primavera de 2001 de seis páginas, "Uma cultura silenciosa com uma voz forte," na revista Bostonia, dos alunos da universidade de Boston. O artigo menciona brevemente os esforços de um aluno (Joan Poole Nash, agora professor de educação para surdos) para registrar em uma fita de vídeo o uso da MVSL (Língua de sinais de Marta Vineyard) por seus tataravôs. Em Março de 1999, a revista Yankee publicou o artigo, "A Ilha que falava com as mãos".

© Direitos reservados de tradução Espanhol – Português – Vanessa de Oliveira Dagostim – Janeiro de 2008.
© Direitos reservados de tradução Espanhol Blanca Camucet Ortiz 2000-2007.© Direitos reservados de artigo original em inglês 1997-2007 Autor Jamie Berke.

Em inglês (original) : http://deafness.about.com/cs/featurearticles/a/marthasvineyard.htm

Em espanhol: http://www.camucet.cl/DOCS/ARTICULOS/utopiasorda.html

Em português: http://blogvendovozes.blogspot.com

Para baixar o arquivo em PDF clique aqui.


12 de dez. de 2007

Cidade para Surdos


Americanos planejam a primeira 'cidade para surdos', diz NYT

Os Estados Unidos podem ter a primeira "cidade para surdos" do mundo, revela nesta segunda-feira uma reportagem no New York Times.
O deficiente auditivo Marvin Miller já conseguiu apoio de cerca de 100 famílias para fundar um vilarejo no Estado da Dakota do Sul que terá a linguagem dos sinais como principal idioma.
A cidade deve se chamar Laurent e abrigar cerca de 2,5 mil pessoas. "Os professores vão ensinar por meio de sinais, os debates na Câmara Municipal serão na linguagem de sinais e os funcionários de restaurantes terão de saber atender com sinais", diz o jornal.
Os idealizadores do projeto, arquitetos e futuros moradores de vários Estados americanos e de outros países se reúnem nesta semana na Dakota do Sul para discutir o projeto.
A iniciativa, porém, é polêmica. "Para alguns, como Miller, sua mulher e seus quatro filhos, que também são surdos, isso reflete o desejo mais simples: morar num lugar onde fazem parte totalmente da vida cotidiana", diz o Times.
"Outros, principalmente os defensores das tecnologias que ajudam os surdos a utilizar a linguagem falada, observam que uma cidade como essa poderia apenas isolar e excluir os surdos mais do que nunca."
Se sair do papel, entretanto, a "cidade dos surdos" deverá ter também moradores sem deficiência auditiva, sobretudo parentes de surdos.




Agradeço à Maria Cristina por ter me enviado esta notícia.


E você, o que pensa sobre isso?