Dois trabalhos muito interessantes foram apresentados no CELSUL 2010 a respeito do mesmo tema: Escrita de sinais. Os sistemas de escritas de sinais buscam uma forma prática e econômica de representar graficamente as línguas de sinais, seja para manter um registro da produção destas línguas, do vocabulário, para realizar estudos linguísticos comparativos e analíticos sobre as línguas de sinais, ou mesmo como uma ferramenta mediadora na alfabetização do surdo. No Brasil, há alguns anos, já se estuda o SignWriting, (SW) ,um sistema que foi criado em 1981 nos Estados Unidos. Em 1997, Mariangela Estelita cria o ELiS, Escrita de línguas de sinais, aqui no Brasil, e o reformula em 2008, em sua tese de doutorado. A ideia é criar um sistema de escrita de sinais mais fácil e de aprendizagem mais rápida do que o SW.
No GT que participei, portanto, Mariângela Estelita apresentou um trabalho sobre como está se dando o processo de aprendizagem do ELiS, aparentemente mais simples de se aprender, e que, em breve, será aplicado ao ensino de surdos em uma escola de Goiás.
Para aqueles que quiserem ler o artigo completo do artigo ELIS – ESCRITA DAS LÍNGUAS DE SINAIS: SUA APRENDIZAGEM, clique aqui!
Dra. Mariângela Estelita |
Apresentação sobre o sistema ELiS |
O outro trabalho, de autoria de Bianca Pontin e Erika Vanessa de Lima Silva, intitulava-se LÍNGUA ESCRITA: PORTUGUÊS/SINAIS (SW) e foi apresentado por Erika, que mostrou como o SW é um impotante instrumento de mediação para a alfabetização da criança surda, cuja L1 é a Língua de Sinais, afinal de contas, faz muito mais sentido que a criança seja alfabetizada primeiramente em sua L1, para depois conhecer a escrita de uma L2. Através de videos, foi possível perceber a enorme evolução de crianças surdas expostas ao sistema de escrita de sinais. Clique aqui para acessar o artigo completo de Bianca e Erika.
Pelo fato de os dois trabalhos terem sido apresentados no mesmo GT e no mesmo dia, foi possível debatermos a respeito da importância da adoção de um sistema de escrita de sinais por professores de surdos, tanto no seu período de alfabetização quanto no seu processo de letramento como um todo. Portanto, é muito importante que esses sistemas de sinais sejam difundidos, e as pesquisas a respeito de sua aplicabilidade sejam ampliados. Não pretendo, neste espaço, eleger qual dos sistemas é o melhor, mais eficaz, pois ainda há muito o que ser analisado e debatido, mas não precisamos escolher apenas um sistema de escrita, assim como, na sociedade ouvinte, também não existe apenas uma maneira de representação gráfica das línguas. Penso que o essencial é que conheçamos esse recurso, e que, com seu uso efetivo na educação de surdos, um pouco do grande abismo que separa a língua de sinais com o ensino de Língua Portuguesa escrita seja diminuído.
E você, o que pensa sobre esses sistemas de escrita? Conhece algum deles? Opine!
Abraço,
Vanessa.
Erika fala sobre os sistemas de escritas de sinais |
E você, o que pensa sobre esses sistemas de escrita? Conhece algum deles? Opine!
Abraço,
Vanessa.