27 de dez. de 2010

Cursos para 2011: Região SUDESTE. Programe-se!!!

Cursos para 2011 na região Sudeste:

  • A Associação Educacional para Múltipla Deficiente oferece o curso de capacitação na área da surdocegueira "Formação de Guia Intérprete", entre 17 e 22 de janeiro de 2011. É necessário que o participante tenha, pelo menos, o nível básico de LIBRAS, e as aulas serão em São Paulo (SP) na Vila Mariana. Maiores informações acesse o folder do curso.

  • A DERDIC (Divisão de Educação e Reabilitação dos Distúrbios da Comunicação) da PUC-SP está com matrículas abertas para os cursos de LIBRAS, em vários bairros de São Paulo (SP), até 18/02/2011. Para saber mais informações sobre documentação necessária e locais das aulas, acesse o site do núcleo, clicando aqui!

  • O instituto SELI, em parceria com a UNINTER, está oferecendo diversos cursos de especialização, entre eles, "Especialização em LIBRAS e Educação para Surdos", "Agente Bicultural: Docente e Intérprete", "Educação Especial e Inclusiva" e "Tecnologias Assistivas na Educação Inclusiva". Para saber mais, acesse o site.
Quer divulgar mais cursos para 2011 na região sudeste? Escreva para blogvendovozes@gmail.com
Abraço
Vanessa!

26 de dez. de 2010

Pesquisa revela avanços e desafios na inclusão social de pessoas com deficiência

Pessoal,
Encaminho a vocês uma reportagem feita pela TV Senado a respeito de uma pesquisa que o Senado realizou para saber a opinião de pessoas com deficiência sobre suas condições de vida. É uma pena que o vídeo que acompanha a reportagem não corresponda a esse processo inclusivo que tanto é reclamado nela, pois o mesmo não possui legendas, não é bastante contraditório? O link para a reportagem é este, e para ter acesso ao texto integral da pesquisa, clique aqui. Para comentar sobre a pesquisa à TV Senado, escreva um e-mail para:sepop@senado.gov.br (o que eu vou fazer para reclamar sobre a falta de legendas). Também existe uma página chamado "Alô Senado: Cidadania para pessoas com deficiência", onde você pode dar sugestões sobre projetos de leis para beneficiar as pessoas com alguma deficiência. Para acessá-la, clique aqui.

Pesquisa revela avanços e desafios na inclusão social de pessoas com deficiência
O compromisso existe e é internacional, assinado por todos os países que ratificaram a Convenção da ONU sobre Direitos das Pessoas com Deficiência. Os resultados das políticas públicas para sua inclusão social, no entanto, variam muito. Pesquisa inédita do DATASENADO, de âmbito nacional, fez um amplo balanço dos avanços e desafios para assegurar cidadania das pessoas com deficiência, na voz dos próprios interessados. Para 57% dos entrevistados, a vida das pessoas com deficiência está melhor, mas 77% acham que seus direitos ainda não são respeitados no país.
A pesquisa realizou 1.165 entrevistas e a amostra foi subdividida em três categorias: pessoas com deficiência física (759), visual (170) e auditiva (236). Essa proporção levou em conta o cadastro do Instituto Brasileiro dos Direitos das Pessoas com Deficiência (IBDD), organização não-governamental com sede no Rio de Janeiro e atuação nacional na promoção da inclusão social desses segmentos da sociedade. Os dados foram coletados entre os dias 28 de outubro e 17 de novembro de 2010. Os resultados têm margem de erro de 3%.
Na avaliação de 59% dos participantes do levantamento do DATASENADO, o preconceito em relação às pessoas com deficiência está diminuindo. Para 38%, o maior desafio ainda é a inclusão no mercado de trabalho. A pesquisa apurou que 55% dos entrevistados realizam algum trabalho remunerado, sendo que 71% estão empregados em empresas privadas, 15% são funcionários públicos e 15% autônomos. As pessoas com deficiência auditiva são as mais empregadas (67%), seguidas por aquelas com deficiência física (54%) e visual (41%). Para 52%, a legislação existente sobre o mercado de trabalho (Lei de Cotas) torna mais fácil a contratação de quem tem deficiência. A discriminação no ambiente de trabalho, por outro lado, é apontada como uma realidade, frequente ou pelo menos parcial, por 43% dos entrevistados.
Quando o tema é a educação, 51% das pessoas com deficiência entendem que o próprio adolescente deveria escolher a escola onde estudar. Se pudessem escolher, 69% dos entrevistados optariam por uma classe comum em uma escola regular. Mas as diferenças entre tipos de deficiência ficaram muito claras: para 77% das pessoas com deficiência física, a classe comum em escola regular seria melhor; mas a escolha muda quando são pessoas com deficiência auditiva (58%) e visual (54%). As críticas à falta de capacitação dos professores foram feitas por 38% dos respondentes (48% entre deficientes auditivos). As instalações físicas não adaptadas foram apontadas por 33% (40% entre os deficientes físicos), ao passo que 21% dos deficientes visuais queixaram-se de material de ensino inadequado.
No campo da informação, 68% dos entrevistados pelo DATASENADO apontaram a TV como melhor meio para comunicar-se com as pessoas com deficiência, enquanto 77% apontaram a internet como principal meio para a busca de informações. Para 54%, as leis sobre o acesso da pessoa com deficiência à informação ainda são insuficientes.
A questão da mobilidade urbana, por outro lado, apareceu como mais um ponto de grandes queixas, por parte das pessoas com deficiência. No caso da adaptação dos prédios, 64% acham que a minoria dos edifícios públicos está adaptada (66% no caso dos estabelecimentos comerciais). Ruas e calçadas adaptadas também são franca minoria, na avaliação de 52% dos participantes da pesquisa. No caso do transporte público, um empate: 43% acham que ele atende bem a pessoa com deficiência e outros 43% que não.
Quando o tema é lazer, a pessoa com deficiência quer integração, as mesmas atividades de recreação, mas em ambientes adaptados: 35% pedem a adaptação e 31% reivindicam mais opções de lazer. Por falta de recursos de acessibilidade, 64% das pessoas com deficiência física lamentaram não ter condições de praticar esportes (51% no segmento de deficientes visuais), 25% das pessoas com deficiência auditiva disseram não poder ir ao teatro e 23% das pessoas com deficiência visual deixaram de ir ao cinema.
O planejamento da pesquisa "Condições de vida das pessoas com deficiência no Brasil" levou o DataSenado a estudar meios para assegurar plena condição de resposta às pessoas, independente de sua deficiência. Assim, o questionário telefônico foi aplicado para que tem deficiência física ou visual. E um questionário eletrônico foi desenvolvido especialmente para as pessoas com deficiência auditiva. As perguntas escritas foram redigidas a partir de pressupostos lingüísticos específicos para pessoas com deficiência auditiva. E todas essas questões foram também apresentadas por meio da Língua Brasileira de Sinais (Libras), disponibilizadas em vídeo. Esses vídeos foram elaborados pela TV Senado, com apoio da equipe de intérpretes de Libras do Senado Federal.

23 de dez. de 2010

Revista Nova Escola traz dicas de como incluir alunos surdos

Fiquei muito contente ao abrir minha caixa de mensagens hoje e receber, na newsletter da Revista Nova Escola uma lista de links de reportagens da mesma sobre como incluir alunos surdos.
O período de planejamento do ano letivo é importantíssimo para o sucesso de nosso trabalho, como professores, durante o ano, e pensar essas questões desde já pode ajudar nesse planejamento, seja para você que já sabe que terá aluno(s) surdo(s) incluído(s) em sua turma - como eu, por exemplo - ou para quem ainda não pensou nisso, mas sabe que pode acontecer!
O site da Nova Escola traz, então, dicas para várias áreas. Clica nos links e confira:
Se você quer receber em seu e-mail notícias da revista Nova Escola, clique aqui e cadastre-se.

22 de dez. de 2010

Cursos para 2011: Região Sul - Programe-se!

Olá pessoal
Nesta época de final/início de ano, normalmente traçamos nossas metas e projetos para o ano que vai começar. Se nos seus planos está fazer um curso de LIBRAS ou alguma capacitação para educação especial, por exemplo, o Vendo Vozes traz algumas indicações de cursos que já estão com inscrições abertas ou programados, para você poder conferir e decidir qual o melhor.
Para contemplar todos os leitores (ou, pelo menos, a maioria), separei os cursos pelas regiões do país, e vou começar pela região SUL.

SUL 

  • O UNILASALLE (Canoas, RS) está com uma programação de cursos para 2011 bem interessantes. Embora as inscrições só estarão abertas em Fevereiro, no site da extensão  já é possível conferirmos as opções. Destaco os cursos de LIBRAS I  e II com início em Março/Agosto, Capacitação na Área da Educação Especial: Transtornos Globais do Desenvolvimento e Capacitação de Professores em Educação Especial/Deficiência Visual que iniciarão em Maio, Preparação para Instrutores de LIBRAS, que iniciará em Setembro e Ensino de Língua Materna e Literatura (outubro).
  • O IPA (Porto Alegre, RS) também está com inscrições abertas para cursos de LIBRAS em 2011, com início em Março. O Período de inscrição: 15.12.10 à 16.03.11, com valor da Taxa de Inscrição: R$ 20,00 e Valor do Curso: R$ 180,00 (ótimo!!!) Maiores informações pelo site do curso.
  • Indepin (Porto Alegre, RS) também oferecerá curso de LIBRAS a partir de março de 2011. Aos aulas serão aos sábados pela manhã, e as turmas serão bem reduzidas (máximo 12 pessoas por turma). R$ 107,00 por cada módulo de 60h. Acesse a página e confira.
  • Em Santa Catarina, uma das opções para estudar LIBRAS, se você reside em Joinvile, é a Escola Via Brasil, que oferece os níveis básico, intermediário e avançado. As informações sobre o curso podem ser acessadas neste site.
  • Pensando em fazer uma especialização? O Programa de pós-graduação da Faculdade de Educação da UFRGS (Porto Alegre, RS) está com inscrições abertas, até 15/01, para o curso de especialização "Educação especial e processos inclusivos". Interessados podem acessar a página do curso e obter todas as informações.
  • Outra ótima opção em especialização é o curso de Educação Especial oferecido pela Faculdade de Educação da UNISINOS (São Leopoldo, RS). As inscrições para o curso podem ser feitas através do site, até o dia 10/03 de 2010.
  • O Instituto Paranaense de Ensino estará realizando, a partir de Março de 2011, em Maringá (PR), o curso de especialização "LIBRAS: Educação Bilíngue para Surdos", com docentes que são referência na área em todo o país. As aulas ocorrerão duas vezes por mês aos sábados, e você pode obter todas as informações sobre o curso pelo site próprio.
  • E se seu desejo para este ano é se formar como um tradutor/intérprete profissional de LIBRAS, a PUCPR (Paraná) também oferece essa opção, em cursos que começarão em fevereiro/2011, nos turnos tarde ou noite. Para conferir as especificações, clique aqui.
E se você conhece mais opções para cursos semelhantes a estes que ocorrerão em 2011 na região SUL, escreva para nós: blogvendovozes@gmail.com.
Próximo post: cursos EAD.

Abraços a todos!
Vanessa

21 de dez. de 2010

Divulgando: VAGAS na ULBRA

Encaminhando anúncio recebido por e-mail. Sugira esse post caso você conheça alguém que se encaixe nesse perfil!
Abraço
Vanessa!

18 de dez. de 2010

Novo curso: "Ensino de Língua Portuguesa para Surdos: tópicos avançados" (2011/1)

Olá pessoal!
Já estão abertas as inscrições para o próximo curso que vou oferecer na UNISINOS Virtual: Ensino de Língua Portuguesa para Surdos: tópicos avançados. O curso foi pensado como continuação para aqueles que já fizeram o curso "Introdução ao Ensino de LP para surdos", seja na modalidade presencial ou a distância, e pediam por uma continuação do curso, para podermos aprofundar mais nossas discussões sobre o assunto. Também é voltado para aqueles que já possuem esses conhecimentos básicos, e querem, também, fazer esse intercâmbio de leituras e ideias.
Pois bem, esse novo curso vai ser na modalidade a distância, através da Plataforma Moodle, da UNISINOS Virtual, e vai ocorrer entre 07/04/2011e 08/06/2011, com 40 horas de duração. O participante poderá escolher  entre as quintas-feiras à noite OU os sábados pela manhã para participar dos chats do curso, que abordará assuntos como O ensino de LP para surdos em diferentes contextos: ensino fundamental, ensino médio e ensino superior; Ensino de Língua Portuguesa na educação inclusiva; O uso de tecnologias da informação no ensino de LP/S; Sequências didáticas de gêneros textuais no ensino de LP/S, entre outros!
Para saber mais sobre o curso e se inscrever, acesse a página do curso AQUI.

Vamos divulgar???

Abraços a todos, aguardo dúvidas e comentários.
Vanessa.

17 de dez. de 2010

Inclusão

Olá pessoal
Estou com pouco tempo para atualizar o blog, mas já já começam as férias, e aí poderei postar com mais frequência. Bom, gostaria muito que além das temáticas que abordamos, que é a educação de surdos, a língua de sinais e a cultura surda, pudéssemos ampliar nossas conversas para assuntos como a inclusão e acessibilidade, já que estes são indissociáveis da vida do surdo, e quem é preocupado com a integração do surdo na sociedade não pode fechar os olhos para outros excluídos dela, seja devido a suas limitações físicas, de comunicação, financeira, cultural, ou outros motivos, vocês concordam?
Pensando nisso, começo indicando um material do MEC, de 2006, chamado "Experiências educacionais inclusivas" (CLIQUE AQUI PARA BAIXAR) que trazem relatos de experiências de inclusão em várias escolas do Brasil. 
Depois desta indicação, que espero que seja útil para todos, fica a pergunta: a escola brasileira pode ser PARA TODOS? O que vocês acham?
Fonte: http://frasesilustradas.wordpress.com

4 de dez. de 2010

Agenda: Primeira semana de dezembro (2010)

PROGRAME-SE!
  • Na segunda-feira, dia 06/12 ocorre a defesa do TCC em Letras da queridíssima Laura A. Kümmel Frydrych. Título do trabalho: "Transcrição da interpretação para Libras: aspectos enunciativos", e tem a orientação da profª Drª Luiza Milano Surreaux (Letras/UFRGS). A banca examinadora é composta pelo profº Dr. Valdir do Nascimento Flores (Letras/UFRGS) e pela profª. Drª Lodenir Becker Karnopp (Faced/UFRGS). Será às 15h, na sala 205 do prédio administrativo da Letras (no Campus do Vale) - UFRGS - Porto Alegre/RS. Todos estão convidados!!! E parabéns, Laura, boa sorte!
  • Na sexta-feira, 10/12, palestra na Assembléia Legislativa (RS) - ver cartaz abaixo:

Quer divulgar algum evento? Escreva para vanessadagostim@gmail.com

Abraços!

30 de nov. de 2010

Softwares para tratamento de dados em Línguas de Sinais

De volta à publicação dos trabalhos que foram apresentados no CELSUL 2010, hoje quero mostrar o que foi apresentado pela equipe da UFSC sobre softwares para identificação e tradução de línguas de sinais. No congresso, conversei com a Ms. Janine Soares de Oliveira (já havíamos divulgado a dissertação de mestrado dela, a respeito de ed. matemática para surdos aqui), a respeito dos trabalhos, e os achei muito interessantes! 
Janine Soares de Oliveira, com os
pôsteres dos trabalhos
Um dos trabalhos intitula-se "Desenvolvimento de software para Identificação de Sinais na transcrição de vídeos em Libras" e foi apresentado como pôster. Confira o resumo:

Janine Soares de Oliveira (janinemat@gmail.com) – UFSC
Ronice Müller de Quadros – UFSC; Ramon Dutra Miranda – UFSC; Rundesth Sabóia Nobre – UFSC
Desenvolvimento de software para Identificação de Sinais na transcrição de vídeos em Libras
A pesquisa em Aquisição da Língua de Brasileira de Sinais – Libras – requer o tratamento e análise de dados em vídeos. O Grupo de Pesquisa em Aquisição da Língua de Sinais Brasileira da Universidade Federal de Santa Catarina está constituindo um banco de dados com transcrições de vídeos em Libras. Todavia, dadas as especificidades dos dados, observou-se a necessidade de desenvolver um procedimento eficaz para que pesquisadores possam localizar corretamente os sinais. Adotou-se, a padronização nas glosas utilizadas na transcrição, isto é, uma correspondência de um pra um entre sinal e glosa que o identifica em português. O volume de dados revelou ainda a necessidade de criar um sistema de busca específico para estas glosas que identificam os sinais. O software para Identificação de Sinais deverá ser utilizado na composição do corpus da Libras, tendo como objetivos: reunir, organizar e permitir a busca dos sinais e/ou das glosas. A Identificação de Sinais funciona como um sistema de busca que tem como filtros parâmetros da Libras, tais como, configurações de mãos e localização do sinal, além da glosa em português. O sistema, desenvolvido em plataforma php com acesso via web, está em fase de alimentação e por enquanto é acessado somente pelos usuários cadastrados no grupo de pesquisa, mas em breve estará disponível online, sem restrição de acessos para visualização e busca, e os usuários poderão ainda enviar sugestões de sinais com vídeo para os administradores através de ferramenta disponibilizada no próprio sistema.

Software Identificador de Sinais (UFSC)

Não vejo a hora em que o sistema estiver pronto e disponível on-line para todos, não será muito legal? 
Outro trabalho apresentado pela mesma equipe fala do uso de uma ferramenta de anotação multimídia, já conhecida, o ELAN. Veja o resumo do trabalho:

Janine Soares de Oliveira (janinemat@gmail.com) – UFSC
Ronice Müller de Quadros–UFSC; Franz Kafka Porto Domingos–UFSC; Karina Elis Christmann. –UFSC
O software ELAN como ferramenta para transcrição, organização de dados e pesquisa em Aquisição da Língua de Sinais 
Devido aos avanços tecnológicos, pesquisadores da área de linguística têm a possibilidade de reunir e observar um número cada vez maior de dados. Os bancos de dados das línguas orais já se encontram consideravelmente desenvolvidos e em constante expansão, principalmente no que se refere ao registro escrito destas línguas. Com relação às línguas de sinais, em particular, a Língua Brasileira de Sinais – Libras – tem-se como barreiras a carência de materiais e a ausência de ferramentas de busca que atendam às
especificidades da modalidade visual-espacial. Assim, o trabalho do Grupo de Pesquisa em Aquisição da Língua de Sinais Brasileira da Universidade Federal de Santa Catarina está constituindo um banco de dados com transcrições de vídeos em Libras. Esta tarefa é realizada utilizando como ferramenta o software ELAN, uma ferramenta de anotação multimídia desenvolvida pelo Instituto de Psicolinguística Max Planck. O software permite a criação, edição, visualização e busca de anotações através de dados de vídeo e áudio. Além de apresentar o tempo associado aos trechos transcritos permite um número ilimitado de registros, através das trilhas de anotações criadas pelos pesquisadores em função dos objetivos da pesquisa. No caso das línguas de sinais, podem ser visualizados: vídeos em Libras, glosas, traduções das glosas, marcas não-manuais, sons associados aos sinais, contexto, comentários, entre outros. Cada anotação selecionada permite a localização do vídeo e o trecho é reproduzido de maneira sincronizada. Esta ferramenta constitui-se em um grande avanço na investigação da Aquisição da Língua de Sinais.

Eu e Janine no CELSUL


Para quem quiser saber mais sobre o ELAN pode acessar o site do projeto: http://www.lat-mpi.eu/tools/elan/.
Outros softwares citados em trabalhos acadêmicos: ANVIL (Annotation of vídeo and language data)CLAN (Computerized Language Analysis)SIGNSTREAM e TRANSAMA. Em outro post, já havíamos falado um pouco sobre esses softwares, com as devidas referências a alguns trabalhos que o citam.

Obrigada pela atenção, Janine, e parabéns a toda a equipe pelos excelentes trabalhos!

24 de nov. de 2010

Sorteada da promoção do Livro "Educação de Surdos..."

Olá pessoal! 
A leitora que foi sorteada pela a promoção do Blog foi Doreni (Campo Grande - MS)! Ela ganhou o livro "Educação de surdos, políticas, línguas de sinais e cultura surda" e vai recebê-lo em sua casa. Parabéns, Doreni, e obrigada a todos que participaram da promoção, os depoimentos de vocês foram lindos. Espero promover outros concursos como este aqui no blog, para presentear os leitores e ao mesmo tempo difundir ainda mais materiais tão relevantes sobre a educação dos surdos, e conto com a participação de todos.

Para você que não foi sorteado, mas quer o livro, pode adquiri-lo através do site da Edunisc, clicando aqui!
O sorteio foi realizado no site Random.org.


23 de nov. de 2010

Promoção livro: Educação de Surdos (Inscrições encerradas)

Pessoal, a promoção do Livro "Educação de Surdos" foi encerrada. Em breve entraremos em contato com a pessoa sorteada, e divulgaremos o resultado aqui no blog!

Obrigada pela participação de todos.
Em breve novas promoções para presentear vocês, leitores do Blog Vendo Vozes.
Abraços a todos,
Vanessa.

21 de nov. de 2010

Divulgando: VI FEES – Fórum Estadual de Educação de Surdos “Cultura Surda e Educação”

Data: 11 de dezembro de 2010, das 9h às 17h
 
Local: FACOS (Avenida Jorge Dariva, 1042, Centro, Osório-RS)
 
Inscrições: de 18 de outubro a 03 de dezembro.
Valor: R$ 20,00  
Vagas: 230
Realização: CNEC/FACOS e GIPES (Grupo Interinstitucional de Pesquisa em Educação de Surdos)Apoio: UFRGS e CNPq 
Programação: 
9h – Abertura
 
9h15min – Apresentação Cultural 
 
9h30min –  “Cultura Surda” - Profª Drª Karin Strobel (UFSC)
 
12h – Almoço
 
14h – Apresentação Cultural
 
14h15min – “Produção, circulação e consumo da Cultura Surda” - Profª Drª Lodenir Karnopp (UFRGS), Profª Drª Madalena Klein (UFPEL) e Profª Drª Márcia Lise Lunardi-Lazzarin (UFSM)
 
15h – Apresentação Cultural

15h15min – “Pesquisas em Cultura Surda - Prof Ms Augusto Schallenberger (UFRGS),  Prof. Fabiano Souto da Rosa (UFPEL) e Prof Cláudio Mourão (UFRGS)
17h - Encerramento 

Vale a pena participar!

15 de nov. de 2010

Programação de TV em LIBRAS

Você já imaginou querer assistir a um programa de televisão e não conseguir entender nada do que é falado nele? Mesmo trocando de canais, em toda a programação a língua utilizada não é conhecida por você? Possivelmente é assim que milhares de pessoas surdas, usuárias da LIBRAS em nosso país se sentem diariamente, não apenas em relação à televisão como ao cinema: tudo parece ser inacessível porque ainda não temos uma política séria de acessibilidade audiovisual em nosso país, e sentar na frente no sofá para assistir a um telejornal, novela, documentário, filme é praticamente impossível.
Pensando nisso, uma equipe formada por uma jornalista, um fotógrafo e um intérprete de LIBRAS (respectivamente Helen Baesse, Cléberson Baesse e Rafael Guilherme) criaram a TV Libras, um blog com vídeos sobre vários assuntos que são transmitidos na TV como cinema, eleições, moda e comportamento, culinária, entre outros, com tradução para a LIBRAS.
Para acessar, entre no blog http://tvlibras.blog.com/ e confira.Parabéns à equipe pela excelente iniciativa!
Na imagem, retirada do blog TV Libras, a reportagem "O que fazer no primeiro encontro", da seção Moda e Comportamento é traduzida para LIBRAS.

13 de nov. de 2010

Promoção livro: Educação de Surdos

Olá pessoal
O blog Vendo Vozes vai sortear um livro "Educação de Surdos: políticas, língua de sinais, comunidade e cultura surda", Organizado por Lucyenne Matos da Costa Vieira-Machado e Maura Corcini Lopes, autografado. O livro é lançamento da Edunisc, e discute uma temática longe de ser considerada esgotada transitando por diferentes conceitos como política, língua de sinais e cultura: a “Educação dos Surdos”. As diferentes abordagens adotadas pelas autoras e pelos autores que aqui se inscrevem nos apresentam possibilidades de ver essa temática central com diferentes olhos. E em tempos em que a Língua de Sinais Brasileira e as políticas educacionais e linguísticas para pessoas surdas habitam nossas discussões e práticas, o leitor interessado na temática da educação de surdos pode se deliciar comas reflexões sérias  e comprometidas que cada autora e autor elencaram para contribuir com as práticas e os estudos sobre surdos e surdez.


Para participar do sorteio,  basta
comentar, nesta postagem, respondendo: "Por que você quer ganhar o livro Educação de Surdos?", com comentário identificado (nome e e-mail).
Pode participar qualquer morador do território nacional,  até o dia 22/11. O contato com o vencedor será feito por e-mail, e o livro será enviado pelo correio.
(O comentário será publicado após liberação do administrador; somente concorrerá ao sorteio quem se identificar com nome e e-mail e responder no campo "comentários".)
Participe e boa sorte!


---------INSCRIÇÕES ENCERRADAS! ------

8 de nov. de 2010

Dicas para a Feira do Livro de Porto Alegre (2010)

Olá pessoal! Para aqueles que pretendem visitar a Feira do Livro de Porto Alegre e se interessam pelos assuntos tratados aqui no blog (Línguas de sinais, Educação de surdos, cultura surda...), preparei este post especial para indicar algumas atrações e estandes interessantes.

  • A primeira dica é visitar o Portal Libras, um setor da Feira (ainda modesto) que pretende expor alguns materiais disponíveis a respeito da educação de surdos, Libras e literatura surda. Dê uma passadinha lá, converse com a simpática Priscila Damasceno e ainda ganhe brindes! Aproveite para dar uma olhada nos pôsteres de pesquisas sobre o tema.
  • Além disso, ao lado do Portal Libras, o estande da Caixa Econimica Federal conta com a presença de intérpretes de Libras (durante todo o evento).
  • Lançamentos com sessão de autógrafos
10/11
19h30
Local: Praça de Autógrafos - Praça da Alfândega - Sessões de Autógrafos
Participantes: Ronice Muller Quadros, Carina Rebello Cruz
Obra: Instrumento de Avaliação da Língua de Sinais
13/11
14h30
Educação de Surdos:  políticas, língua de sinais, comunidade e cultura surda". Organizadoras: Lucyeme Matos da Costa Vieira-Machado e Maura Corcini Lopes. Edunisc.





  •  A feira também conta com uma programação especial, no dia 15/11:

Evento: Contação de História em Libras em perspectiva: contadores e intérpretes

Local: Casa do Pensamento

Dia: 15 de novembro de 2010

Horário: 09:00 – 12:30 / 13:30 – 17:00

Programação

Manhã
09:00 – 10:30 - Mesa Redonda com Augusto Schallenberger e Fabiano Souto Rosa

10:30 – 10:45 – Intervalo

10:45 – 12:30 – Oficina prática de contação de histórias com Augusto Schallenberger e Fabiano Souto Rosa.

Almoço

Tarde
13:30 – 15:00 – Mesa Redonda com Ângela Russo e Maria Cristina Pires Pereira (a confirmar)

15:00 – 15:15 – Intervalo

15:15 – 17:00 – Oficina prática de interpretação de história com Ângela Russo e Maria Cristina Pires Pereira  (a confirmar)

Inscrições no site da AGILS (clique aqui)

Você tem mais alguma dica ou sugestão para a Feira do Livro? Comente aqui!
Abraço,
Vanessa.


1 de nov. de 2010

Trabalhos sobre sistemas de escritas de sinais


 Dois trabalhos muito interessantes foram apresentados no CELSUL 2010 a respeito do mesmo tema: Escrita de sinais. Os sistemas de escritas de sinais buscam uma forma prática e econômica de representar graficamente as línguas de sinais, seja para manter um registro da produção destas línguas, do vocabulário, para realizar estudos linguísticos comparativos e analíticos sobre as línguas de sinais, ou mesmo como uma ferramenta mediadora na alfabetização do surdo. No Brasil, há alguns anos, já se estuda o SignWriting, (SW) ,um sistema que foi criado em 1981 nos Estados Unidos. Em 1997, Mariangela Estelita cria o ELiS, Escrita de línguas de sinais, aqui no Brasil, e o reformula em 2008, em sua tese de doutorado. A ideia é criar um sistema de escrita de sinais mais fácil e de aprendizagem mais rápida do que o SW.
No GT que participei, portanto, Mariângela Estelita apresentou um trabalho sobre como está se dando o processo de aprendizagem do ELiS, aparentemente mais simples de se aprender, e que, em breve, será aplicado ao ensino de surdos em uma escola de Goiás.
Para aqueles que quiserem ler o artigo completo do artigo ELIS – ESCRITA DAS LÍNGUAS DE SINAIS: SUA APRENDIZAGEM, clique aqui!
Dra. Mariângela Estelita

Apresentação sobre o sistema ELiS



O outro trabalho, de autoria de Bianca Pontin e Erika Vanessa de Lima Silva, intitulava-se LÍNGUA ESCRITA: PORTUGUÊS/SINAIS (SW) e foi apresentado por Erika, que mostrou como o SW é um impotante instrumento de mediação para a alfabetização da criança surda, cuja L1 é a Língua de Sinais, afinal de contas, faz muito mais sentido que a criança seja alfabetizada primeiramente em sua L1, para depois conhecer a escrita de uma L2. Através de videos, foi possível perceber a enorme evolução de crianças surdas expostas ao sistema de escrita de sinais. Clique aqui para acessar o artigo completo de Bianca e Erika.

Erika fala sobre os sistemas de escritas de sinais
 Pelo fato de os dois trabalhos terem sido apresentados no mesmo GT e no mesmo dia, foi possível debatermos a respeito da importância da adoção de um sistema de escrita de sinais por professores de surdos, tanto no seu período de alfabetização quanto no seu processo de letramento como um todo. Portanto, é muito importante que esses sistemas de sinais sejam difundidos, e as pesquisas a respeito de sua aplicabilidade sejam ampliados. Não pretendo, neste espaço, eleger qual dos sistemas é o melhor, mais eficaz, pois ainda há muito o que ser analisado e debatido, mas não precisamos escolher apenas um sistema de escrita, assim como, na sociedade ouvinte, também não existe apenas uma maneira de representação gráfica das línguas. Penso que o essencial é que conheçamos esse recurso, e que, com seu uso efetivo na educação de surdos, um pouco do grande abismo que separa a língua de sinais com o ensino de Língua Portuguesa escrita seja diminuído.
E você, o que pensa sobre esses sistemas de escrita? Conhece algum deles? Opine!
Abraço,
Vanessa.


29 de out. de 2010

Trabalho de Lilian Coelho Pires no CELSUL 2010

Continuando a divulgar os trabalhos que foram apresentados no CELSUL que possuem relação com as temáticas tratadas no blog, hoje quero falar sobre o trabalho de Lilian Coelho Pires, que apresentou sua dissertação de mestrado na UFSC, e atualmente cursa doutorado em Linguística na UnB. O título do trabalho é "AQUISIÇÃO DO PORTUGUÊS ESCRITO POR SURDOS USUÁRIOS DE LSB: EFEITOS DA INTERFERÊNCIA DA L1 EM CONTEXTO DE CONCORDÂNCIA VERBAL". Nem preciso falar que achei o trabalho muito interessante, já que a temática é de grande interesse meu. Achei importante a comparação que Lilian propôs ao comparar a interferência da Língua de Sinais em relação a concordância verbal, considerando que, em Língua Portuguesa, algumas infinitivas são licenciadas, ou seja, elas permanecem no infinitivo, como na frase "Eu quero comer". Devemos considerar essa ocorrência no ensino de LP como L2 ou LE, que certamente gera dificuldades no aprendizado das regras gramaticais.
Abaixo, o resumo do artigo. Para aqueles que se interessarem, baixe o arquivo completo AQUI!
Resumo: Aquisição do português escrito por surdos usuários de LSB: Efeitos da interferência da L1 em contexto de concordância verbal Discutirei sobre a aquisição da língua portuguesa (LP) escrita como segunda língua (L2) por sinalizantes surdos, tendo a Língua de Sinais Brasileira (LSB) como primeira língua (L1). São dois os objetivos. O primeiro é comparar os valores paramétricos entre o português escrito e a LSB referente à concordância verbal e ao apagamento de argumentos do verbo em uma sentença, objetivando verificar na estrutura sintática das sentenças escritas em português pelos sinalizantes se há interferência da L1 na aquisição da L2. Os dados foram obtidos por meio de testes experimentais intralínguas com produção eliciada realizados com dezessete surdos, filhos de pais ouvintes, cursando o ensino médio. Dadas as diferenças paramétricas entre as duas línguas, visa-se saber o modo pelo qual a GU é acessada na aquisição da L2, pois se acredita, conforme a Hipótese de Acesso Parcial (Shauchter, 1989 e Strozer, 1992), que
inicialmente o sinalizante de LSB, ao aprender o português escrito, transferirá os valores da L1 na aquisição da L2. O segundo objetivo, decorrente do primeiro, será discutir em que níveis a transferência de propriedades ocorre entre as duas línguas, considerando-se que os sinalizantes tiveram contato com a LSB em diferentes idades. Ao final, questiono sobre o quão bilingue são os informantes e sua educação, a fim de refletir se esse processo é realmente bilíngue. Pretendo, portanto, discutir a transferência de valores paramétricos de concordância verbal da L1 (LSB) na aquisição da L2 (LP) e levantar questões que podem subsidiar uma reflexão futura sobre educação bilingue dos surdos.

Abraços a todos, espero os comentários.
Lilian, parabéns pelo seu trabalho. Espero encontrá-la novamente!

25 de out. de 2010

Notícias do CELSUL 2010

Olá pessoal!
O CELSUL (Encontro do Círculo de estudos linguísticos do Sul) 2010, da semana passada, foi superlegal! O GT que participei, Linguística e Língua de Sinais, coordenado pelas professores Ronice Quadros e Rossana Finau estava muito especial, com trabalhos incríveis a respeito do tema, de várias partes do país, e com a presença de pesquisadores que enriqueceram muito as discussões do GT. Foi tanta coisa que não cabe em um post só, então, ao longo do tempo, vou comentando e postando trabalhos que encontrei por lá e compartilho com vocês, ok?
Primeiramente, quero mostrar uma foto bem legal do último dia do GT, com a galera que permaceu lá até o final.

É muita gente para colocar o nome de todos, mas ao longo dos posts vou mostrando os trabalhos individuais que foram apresentados, e então eu cito o nome dos colegas.
Para começar, vou falar do trabalho que apresentei: "A fala-em-interação em sala de aula de língua de sinais como segunda língua", foi um artigo que escrevi durante uma disciplina de mestrado, há alguns anos, mas que tinha muita vontade de publicar, para trazer um pouco da análise da conversa para a área da educação em contexto de língua de sinais. Foi uma experiência interessante. Para quem quer saber mais sobre o tema, apresento abaixo o resumo do artigo. Ele pode ser acessado diretamente da página do CELSUL, clicando aqui!
Resumo: A fala-em-interação em sala de aula de Língua de Sinais como segunda língua


O presente trabalho, desenvolvido durante curso de mestrado, busca investigar como ocorre a fala-em-interação em sala de aula de língua de sinais (LS) como segunda língua (L2) e observar como se dão as sequências de turnos na interação entre professor e aluno e entre os alunos, focalizando as sequências de correção, realizada pelo professor ou por colegas, ou pergunta do aluno para o professor. Cabe esclarecer que, neste contexto, o professor é surdo, usuário fluente de Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e seus

Apresentação do meu artigo.

alunos são ouvintes, falantes de língua portuguesa (LP), com pouco ou nenhum conhecimento anterior em LIBRAS. O objetivo, portanto, é procurar, neste contexto, elementos descritos por Pedro de Moraes Garcez (2006) e Conceição et al. (2005), como a sequência triádica e o revozeamento, e como eles ocorrem em uma sala de aula de Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). O estudo foi inspirado na tese de doutorado de Audrei Gesser (2006), onde a autora observou uma sala de aula de LIBRAS para “descrever as ações e os significados locais na interação social face a face entre um professor surdo e seus alunos ouvintes em um contexto de ensino e aprendizagem de LIBRAS” (Gesser, 2006, ix), porém, a pesquisa de Gesser (2006), adotou como metodologia a observação participante e notas de campo. Neste artigo, entretanto, os dados coletados através de gravação em vídeo, são transcritos e analisados no contexto pretendido, à luz da Análise da Conversação, para verificar se e como as sequências de IRA e revozeamento aparecem neste contexto.

Abraço a todos, aguardo comentários aqui no blog.
Vanessa

19 de out. de 2010

CELSUL 2010 e artigos sobre Tradução

Oi pessoal!
Começa amanhã o CELSUL 2010, que eu já havia publicado aqui no blog. Para aqueles que quiserem assistir aos trabalhos, palestras e pôsteres, ou ainda, ter acesso aos artigos dos trabalhos que serão apresentados, pode clicar aqui.  Lembrando que os GTs que tratam dos assuntos de LIBRAS e Linguística, são os Gts 2 e 7 (no qual participarei:
Bloco B – sala 217
GT 7 – Linguística e língua de sinais
Coordenadores: Ronice Müller de Quadros (UFSC); Rossana Finau (UTFP)
20/10 (14:30-16:00)
1. A fala-em-interação em sala de aula de Língua de Sinais como segunda língua – Vanessa de Oliveira Dagostim Pires
Para os que participarão, até amanhã!
Maiores informações: http://www.celsul.org.br/unisul/index.htm

6 de out. de 2010

Literatura Surda - Parte I

Não sei como, em tanto tempo de blog, ainda não havia postado nada a respeito de Literatura Surda! Mil perdões! Espero me redimir e começar a tratar desse assunto mais frequentemente, visto que é tão necessário e pouco divulgado.
A Literatura Surda é toda literatura desenvolvida por e para surdos, com o objetivo de difundir e registrar a cultura e a comunidade surda, e a língua de sinais. As obras de literatura surda retratam tanto histórias próprias, criada por surdos, ou integrantes da cultura surda, como adaptações de clássicos da literatura repensadas sob a visão da comunidade surda. Ela pode e deve ser utilizada como um importante veículo de alfabetização e letramento dos surdos, pois ali o sujeito surdo poderá se reconhecer, o que o estimulará a desenvolver a leitura. Ela também pode ser um rico material didático para o ensino de línguas para surdos, podendo ser adaptada para diversas línguas, recontada, contada em Língua de Sinais, etc...
Além de todas essas vantagens, a literatura surda sensibiliza os ouvintes para refletir sobre o tema, por isso é muito interessante indicar a leitura dessas obras em cursos de formação de professores, cursos de LIBRAS ou mesmo em aulas de ensino regulares, como instrumento de trabalho sobre respeito às diferenças.
Conheci as primeiras obras de Literatura Surda quando iniciei meu curso de LIBRAS, e o instrutor nos ensinava vários sinais a partir daquelas histórias, além de trabalharmos expressão corporal e desinibição, pois tínhamos que encenar a obra, em LIBRAS, obviamente. Em outros cursos de LIBRAS que realizei, a prática se repetiu, e todos os alunos adoraram!

Hoje vou começar então, indicando alguns materiais que tratam sobre a Literatura Surda, para quem quer saber mais sobre o assunto:

E você, já conhece a Literatura Surda? Que outras obras você recomenda?

5 de out. de 2010

Inclusão na Feira do Livro de Porto Alegre

01.10.2010
Plataforma para a inclusão

A inclusão das pessoas com deficiência será tema de palestras e debates durante a 56ª Feira do Livro de Porto Alegre. Um dos eventos ocorre no dia 31 de outubro, na Casa do Pensamento (Armazém A do Cais do Porto), com uma série de palestras promovidas pela Associação Gaúcha de Pais e Amigos dos Surdocegos e Multideficientes (Agapasm). Entre os assuntos abordados estão o emprego, a educação e a sexualidade da pessoa com deficiência. No final da tarde, a partir das 18 horas, haverá ainda a sessão de autógrafos do livro “A Grande Revolução”, de Alex Garcia, presidente da AGAPASM, e da cearense Rozelane Pessoa. Informações e inscrições: surdocegueira@gmail.com
A Feira do Livro de Porto Alegre também é palco para o seminário Contação de História em Libras em Perspectiva, promovido pelo IPA, em parceria com a Associação Gaúcha de Intérpretes de Libras, que ocorre no dia 15 de novembro, na Casa do Pensamento. Informações e inscrições podem ser solicitadas pelo email visitacaoescolar@camaradolivro.com.br ou pelo telefone (51) 3286.4517.

3 de out. de 2010

Entrevista exclusiva: Pedro Witchs

Olá pessoal! É com grande alegria que hoje divulgo a entrevista que fiz com Pedro Witchs, meu colega de projeto de pesquisa, e ex-aluno do curso Introdução ao Ensino de LP para Surdos (UNISINOS), quando nos conhecemos. Leia e comente!

Sobre o entrevistado
Pedro Henrique Witchs é ouvinte, cursa o semestre do curso de Biologia da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS, é pesquisador do Grupo Interinstitucional de Pesquisa em Educação de Surdos – GIPES, bolsista de Iniciação Científica da Profa. Dra. Maura Corcini Lopes (Programa de Pós-Graduação em Educação da UNISINOS) e atualmente também é aluno do curso de formação de Tradutores/Intérpretes de Língua de Sinais da Ulbra. Tem 21 anos, nasceu e reside em Sapucaia do Sul. Apesar de tão jovem, somente neste ano Pedro recebeu dois prêmios com reconhecimento nacional por sua pesquisa: no início do ano ele recebeu o prêmio na categoria Estudante de Graduação, do Prêmio Construindo Igualdade de Gênero, promovido pelo governo federal, com o artigo Gênero e Sexualidade na Escola de Surdos. Agora, ele conquistou o primeiro lugar na área de Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes, do 8º Prêmio Destaque do Ano na Iniciação Científica, realizado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Com certeza, ninguém duvida que esse jovem professor-pesquisador irá muito longe.

Olá Pedro, é uma alegria para nós sua entrevista para o Blog Vendo Vozes.

Pergunta 1: Como surgiu seu interesse pelo mundo dos surdos?
Resposta: Olá, primeiro quero agradecer o interesse do blog pelo meu trabalho. É um prazer estar aqui para responder a uma entrevista, pois sou leitor deste espaço desde quando meu interesse pela cultura surda começou a criar forma. Digo “criar forma” porque acredito que meu interesse materializou-se a partir do momento em que comecei a aprender língua de sinais em meados de 2008. Posso dizer que a minha vontade em aprender língua de sinais foi uma dessas vontades que surgem do nada, porque antes de aprendê-la eu não conhecia surdos (pelo menos não o suficiente para eu sentisse necessidade de me comunicar com eles). Ou seja, meu contato com qualquer membro da comunidade surda era nulo. Eu gosto de considerar meu interesse em aprender a língua de sinais brasileira uma situação análoga à vontade que eu tive de aprender, por exemplo, a língua inglesa no início de minha adolescência. Claro que as pessoas estão mais expostas à cultura dos povos usuários da língua inglesa e isso é um fator que contribui para que se crie o interesse em aprendê-la. Contudo, gosto de saber que o meu passaporte de entrada ao “mundo dos surdos” se deu assim: despretensiosamente. Posteriormente ao fato de eu ter realizado um curso de LIBRAS de nível básico, sedento de saber mais sobre a comunidade e a cultura dos surdos, descobri que havia pesquisas sobre esses assuntos sendo realizadas na Unisinos. Consegui contatar a professora-pesquisadora que lidera as pesquisas do Grupo Interinstitucional de Pesquisa em Educação de Surdos (GIPES), a Profa. Dra. Maura Corcini Lopes, a fim de saber mais sobre o trabalho do grupo. Por sorte, ela estava selecionando bolsistas de Iniciação Científica, então eu me candidatei à vaga. Desde então, cada vez mais aprendo sobre esses temas abordados pelos autores dos Estudos Surdos em Educação. Inclusive, quero mencionar que o fato de eu realizar atividades de Iniciação Científica não faz de mim um pesquisador (ainda, hehehe), mas sim um aprendiz de pesquisador.

Pergunta 2: Como foi receber duas premiações com reconhecimento nacional apenas este ano?
R: Para mim, acima de qualquer reconhecimento, as duas premiações são um incentivo para que eu permaneça no caminho investigativo. Pretendo continuar desdobrando minhas pesquisas de forma comprometida com a sociedade e, principalmente, com a comunidade surda.

Pergunta 3: Na sua opinião, quais são os maiores desafios para o professor de Ciências e Biologia para surdos?
R: Em meu recorte investigativo (“recorte” porque faço uso de dados obtidos através de duas pesquisas maiores realizadas pelo GIPES), venho percebendo que os desafios enfrentados pelos professores dessa área de conhecimento específica são parecidos com os desafios enfrentados por qualquer professor de surdos que não tenha língua de sinais como primeira língua, independente da área de conhecimento. Poder pensar nas possibilidades de criação nessa língua, a meu ver, tem sido a maior dificuldade, pois, embora ela já seja uma língua oficial do país, parece ainda ser pensada apenas como uma ferramenta pedagógica, uma língua de tradução de conteúdos.

Pergunta 4: Como você avalia as políticas públicas atuais de educação de surdos no Rio Grande do Sul?
R: A proposta da inclusão escolar é uma realidade que perpassa a educação de surdos no Estado. A preocupação agora é em como esse trabalho está sendo encaminhado. É muito importante que as condições educacionais sejam igualitárias e, para isso, uma série de elementos são necessários aos professores e aos surdos matriculados nas escolas regulares. Sabemos, através das pesquisas vinculadas ao GIPES, que muitas escolas ainda não se adequaram à "Educação que nós os surdos queremos" (remeto-me ao documento elaborado pela comunidade surda do Rio Grande do Sul durante o Pré-Congresso ao V Congresso Latinoamericano de Educação Bilíngue para Surdos realizado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS em 1999). Se a preocupação com a qualidade da educação dispensada aos surdos não existir nesses espaços inclusivos, então é possível se perguntar que tipo de inclusão está sendo proposta.

Pergunta 5: O que você recomendaria para aqueles acadêmicos ou docentes que pretendem trabalhar com o ensino de ciências para surdos, ou que possuem alunos surdos em suas turmas “regulares”?
R: Aos que querem trabalhar com surdos: comecem a aprender língua de sinais o mais rápido que puderem! O professor que trabalha com surdos precisa ser fluente em língua de sinais. Sabe-se que, em nossa realidade, nem todos os professores ouvintes de surdos estão preparados para o trabalho de caráter bilíngue, mas essa etapa da formação docente deles precisa ser defendida, sem contar todos os outros compromissos que esses professores deverão ter em relação às especificidades da educação de surdos como, por exemplo, compreensão sobre a diferença cultural e a identidade surda. Aos que possuem alunos surdos em suas turmas regulares: se não há um profissional tradutor/intérprete de língua de sinais trabalhando em sua escola, procurem os direitos de seus alunos surdos. A escola precisa imediatamente se adequar aos seus alunos surdos começando pela contratação do profissional habilitado para esse serviço de tradução. Essa profissão acaba de ser regulamentada no Brasil e, na lei, é possível encontrar todas as recomendações que uma escola precisa para realizar tal contratação como, por exemplo, que tipo de formação o profissional deve ter, entre outras coisas. Após as barreiras linguísticas serem derrubadas, ou melhor, durante esse processo, o professor precisa pensar nas especificidades de seus alunos surdos a fim de garantir-lhes condições educacionais de igualdade.

Pergunta 6: Na sua opinião, qual a principal característica que deve ter um professor para trabalhar com surdos?
R: Acho que, tratando-se de característica, e antes de se pensar que o trabalho é com surdos ou ouvintes, precisa-se ter compromisso profissional com seus alunos. Quando digo profissional pode parecer que estou dizendo que seja preciso rigidez, aplicação de técnicas, etc. e que todas as habilidades calcadas na formação humanística do professor sejam ignoradas. Entretanto, não é assim que quero que entendam. Para mim, o professor é um profissional e, por isso, precisa lidar profissionalmente com qualquer situação que ultrapasse a função de ensinar exatamente pelo fato de ser responsável pela formação de outros que, assim como ele, são humanos. Para a prática pedagógica com surdos, penso que seja necessário que o professor desenvolva a habilidade de pensar na língua de sinais, explorar suas infinitas possibilidades de criação a partir da língua de seus alunos, ao invés de apenas expressar-se por meio dela.

Pergunta 7: Quais são seus projetos acadêmicos e profissionais para 2011?
R: Estou programado para concluir minha graduação no segundo semestre de 2011. No primeiro semestre, começarei a desenvolver meu trabalho de conclusão de curso e no meio do ano me formo no curso de formação de Tradutores/Intérpretes de Língua de Sinais na Ulbra. Enquanto futuro professor de surdos, é fantástico estar aprendendo tudo o que posso a respeito de tradução/interpretação de língua de sinais. A realização desse curso de formação tem sido muito útil acadêmica e profissionalmente. Espero realizar um bom trabalho articulando as três áreas de conhecimento: Biologia, Estudos de Tradução e Educação de Surdos.

Pergunta 8: Qual a importância da internet e do seu blog na sua formação acadêmica e como pesquisador?
R: A internet é uma ferramenta fundamental para o meu trabalho hoje. Através dela, tenho acesso a outras ideias, outros trabalhos nos quais posso me inspirar, pensar sobre, bem como posso divulgar o meu próprio trabalho a fim de contribuir com outros profissionais. Isso tudo sem mencionar que ela me permite contatar tais pessoas, redefinindo as possibilidades de trocas.

Pergunta 9: Como os interessados podem entrar em contato com você e ter acesso à seus trabalhos e projetos?
R: É muito interessante essa prática de manter um blog, por isso eu mantenho um também. Não é nenhum Blog Vendo Vozes, nem nada, mas é higiênico, viu? Podem visitá-lo sempre que quiserem, hehehe. Nele é possível encontrar vários canais de acesso a mim e aos meus trabalhos, desde Orkut a Twitter, e passando por vários outros também. Os interessados podem acessá-lo através do endereço: http://biologiaemlibras.blogspot.com/

Por favor, deixe uma mensagem para os leitores do Blog Vendo Vozes....
Muitíssimo obrigado pela atenção de vocês, leitores que chegaram até essa parte da entrevista. Desejo que todos permaneçam frequentando este blog, pois ele é um veículo de informação muito importante e confiável tratando-se de assuntos que envolvem a surdez. Espero que tenham gostado, podem comentar, a Vanessa permite que vocês comentem aqui, não é proibido. Se gostaram, não gostaram críticas, sugestões, podem mandar, porque assim como vocês, eu costumo vir aqui e lerei seus comentários (até os responderei se precisar). Enfim, obrigado mesmo, Vanessa, pela oportunidade. Confesso aos leitores que eu fiquei muito empolgado quando a Vanessa, na última reunião geral do GIPES, me convidou para esta entrevista, porque sei da importância deste blog. Muito obrigado.

Muito obrigado, Pedro, pelo seu tempo e atenção conosco. É uma grande alegria poder divulgar seu trabalho e contar com sua colaboração em nosso Blog Vendo Vozes.

Atenciosamente,
Vanessa Dagostim Pires.
Eu e o colega Pedro na UNISINOS.