31 de mai. de 2013

Visita à Escola da Ponte: a escola que todos nós sempre sonhamos!

Conheci a escola da ponte duas vezes: a primeira, de ouvir falar e a segunda, de "conhecer", no início de 2013, durante o período de estudos que passei em Portugal.
Pelo que me lembro, tive contato inicialmente, com o já clássico texto de Rubem Alves (que depois foi transformado em livro) "A escola que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir" durante o curso de Letras da UFRGS (me formei em 2005). De lá pra cá, a ideia da escola dos sonhos de Rubem Alves que existe em Portugal povoou os meus pensamentos e diversas reuniões pedagógicas nas escolas em que já lecionei desde então. Qual professor nunca sonhou em trabalhar em uma escola em que os alunos se envolvessem fortemente na tarefa de aprender, que não fosse necessário gastar um tempão fazendo chamadas, discutindo notas e conceitos, organizando a bagunça, convencendo os alunos de que aquele assunto que você estava ensinando era importante pra vida deles sem mesmo estar convencido disso (mas era obrigado porque ele constava no programa obrigatório da disciplina)? Onde o seu trabalho fosse orientar os alunos, indicando a melhor maneira de realizar uma tarefa que ele está afim de fazer, indicando textos, leituras, sites, discutindo com ele sobre as leituras que ele fez? Tirando as dúvidas que ele tem sobre o assunto que pesquisou?
Bom, em 2013 realizei pelo menos o sonho de conhecer essa escola de verdade. Diferente de quando Rubem Alves a conheceu, em 2000, atualmente a escola foi transferida para a região de Vila de S. Tomé de Negrelos, em um conjunto de prédios onde foram reunidas várias escolas públicas da região. O mais curioso é que ela está no meio de outros prédios, onde estão outras escolas tradicionais, convivendo com uma escola tão diferente!

Chegando à Escola da Ponte

A visita à Escola da Ponte é agendada, por e-mail, e, ao chegarmos lá, é guiada pelos próprios alunos (no nosso casa, eram 2 alunas). Fui com meu esposo, e ao chegarmos lá, conhecemos mais quatro brasileiras que estavam fazendo a visita também, o que reiterou a ideia que todos tinham: a Escola da Ponte faz mais sucesso no Brasil do que em Portugal!

Abaixo, uma foto do novo prédio, com as queridas doutorandas da UCPel Silvânia e Cândida, também professoras do Instituto Federal Farroupilha (RS) que conhecemos na visita à escola.


A visita mostra como a escola funciona. As duas alunas são como guias de turismo, que nos levam pelas salas de aula e espaços da escola em horário de aula, enquanto os demais colegas estão estudando, e vão nos explicando como funciona o aprendizado, a avaliação, e todas as atividades neste espaço. 

O que existe de diferente lá?
Na minha opinião, a principal diferença da Escola da Ponte com as demais escolas ditas "tradicionais" é que, naquela escola, se acredita que o conhecimento precisa ser conquistado juntamente com a autonomia. Então, desde cedo, desenvolve-se a autonomia nos alunos, para que estes regulem seu aprendizado, avaliem constantemente suas dificuldades, aquilo que já sabem, o ambiente social onde estudam...
Meu objetivo com esta postagem não é dar uma aula sobre a Ponte, para isso existem os textos e diversos cursos ministrados aqui no Brasil (veja aqui); mas sim, mostrar a experiência que vi com meus próprios olhos, e questionar se realmente é tão difícil tornar nossos alunos mais autônomos aqui no Brasil.
As aulas na Ponte não funcionam do modo como organizamos normalmente. Não há divisões por idade, turma ou disciplina, mas sim por etapas, ou núcleos, como são chamados. São 3 núcleos: iniciação, consolidação e aprofundamento . Os alunos de cada etapa dividem-sem em grupos, e cada grupo escolhe um tema a ser pesquisado e desenvolvido. Depois, escolhem um professor que os orienta durante o desenvolvimento de seu projeto de pesquisa. Na sala de aula existem diversos materiais que auxiliam o aluno na pesquisa: livros, computadores, mapas, cronogramas de atividades, cartazes, como mostra a figura abaixo:


Para exemplificar como isso funciona, a turma dos alunos menores, "Iniciação", estava estudando os sabonetes. A partir da escolha do tema sabonetes, os alunos criaram diversas questões, como: do que são feitos os sabonetes? para que servem os sabonetes? Por que os sabonetes são escorregadios? Por que algumas pessoas têm alergia a sabonetes? quais são as formas dos sabonetes? E assim por diante, ou seja, é possível, a partir do tema, aprenderem muita coisa, mobilizando conhecimentos de várias áreas, como química, física, matemática, língua portuguesa... A partir dessas perguntas os alunos realizam pesquisas, e os professores intervêm com o seu conhecimento, instruindo as pesquisas, que posteriormente são entregues e apresentadas aos demais colegas. O mais interessante, na minha opinião, é o processo como isso ocorre. Os alunos auto-regulam sua aprendizagem a partir de alguns objetivos traçados. Na sala de aula há diversas folhas afixadas onde eles registram aquilo que já aprenderam e podem ajudar e aquilo em que precisam de ajuda. Ao lado, há um espaço para o professor colocar uma observação, após verificar se as dúvidas foram resolvidas.



E sabem aquele tempão que perdemos na sala de aula fazendo chamada, recolhendo trabalhos e depois entregando os corrigidos? Na Ponte esse tempo é muito melhor aproveitado. Em um canto da sala há uma mesa com várias caixas, identificadas. Lá cada aluno entrega seus trabalhos, e depois pega os trabalhos com as observações do professor. E a chamada? Na porta da sala de aula há uma lista com os nomes dos alunos e as datas. Cada aluno, ao chegar à escola, anota sua presença (pode ser combinado uma cor, por exemplo, e o aluno colore a data com aquela cor). Um aluno é responsável por anotar também os alunos que faltaram a aula, com outra cor. Simples, não?

Mesa de materiais com as caixas onde os alunos deixam seus trabalhos e os retiram, após a leitura do professor

Lista de chamada onde os próprios alunos marcam sua presença

Para quem quiser conhecer mais sobre a Escola da Ponte, o novo site oficial deles é http://www.escoladaponte.pt. Ali você encontra vários documentos e materiais sobre a filosofia e história desta escola revolucionária!
Eles também possuem uma página no Facebook, onde divulgam as atividades que desenvolvem lá (bastante inspirador).
As coisas que mais me inspiram são as coisas simples, possíveis e criativas. A Escola da Ponte busca aliar, na educação de seus alunos, autonomia, solidariedade e responsabilidade, e por isso está sendo estudada por diversas instituições em todo o mundo. Será que é tão difícil assim, nós também, transformarmos nossas escolas naquelas em que sempre sonhamos?

Abraço a todos,
Vanessa.

10 de mai. de 2013

Telejornal diário em Libras da UFSC



Olá queridos,
Hoje quero divulgar com vocês um projeto muito interessante, de um telejornal diário em Libras. O projeto faz parte do TJ UFSC, o Telejornal Diário da Universidade Federal de Santa Catarina, que é um programa universitário com duas versões: uma em Português, veiculada pela internet, ao vivo, de segunda a sexta-feira, às 17h30 e outra em Libras - Língua Brasileira de Sinais, que vai diretamente para o Youtube, todos os dias às 19h30. As duas versões também podem ser encontradas no site oficial do TJ UFSC (www.tj.ufsc.br).



Em primeiro plano, o intérprete de Libras Wharlley, na versão
em Libras do TJ UFSC
 O Apresentador dessa versão em Libras é o Wharlley dos Santos, de 22 anos, que atua como intérprete de Libras desde os 18. Atualmente, ele é estudante do curso de Letras Libras na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). A versão em Libras do telejornal surgiu este ano, e a primeira edição foi ao ar em 18/03/2013, com o retorno das aulas da UFSC.



Wharlley nos contou que seu trabalho no telejornal começa bem antes da gravação da edição em Libras: ele participa, durante o dia, da produção das reportagens e das discussões sobre a pauta na redação do jornal. Às 17h30 ele acompanha a transmissão ao vivo da edição em Língua Portuguesa, e começa a interpretar e pesquisar sinais, nos bastidores. Às 18h15 ele começa a gravar a versão em Libras a partir do áudio da versão em LP, e vai interpretando. Como é possível ver nos vídeos abaixo, a tradução é feita em primeiro plano, com a imagem da televisão ao fundo, transmitindo a versão em LP do telejornal. Wharlley nos conta como esse formato foi decidido pela equipe: "na primeira não utilizávamos a televisão, era usado o chroma key (aquele fundo azul) e inserido digitalmente uma janela como o telejornal que já estava gravado; isso era possível, mas estava sobrepondo a minha mão, aí passamos a utilizar a televisão". Neste link é possível visualizar como o jornal era transmitido no início, com a inserção digital da imagem da primeira versão do telejornal; já neste link, a primeira edição com o monitor de TV atrás do intérprete.

Por enquanto, Wharlley é o único intérprete e responsável pela interpretação em Libras do telejornal, pois o projeto da versão acessível para surdos ainda não tem patrocínio. Abaixo, você pode assistir à edição em Libras do dia 08/05/2013.



Se você quiser conhecer um pouco mais sobre este projeto, conheça a página do telejornal no Facebook (clique aqui) e o canal do Youtube com os vídeos em Libras, postados diariamente, às 19h30.

Agradecemos ao Wharlley pelas informações prestadas, parabéns ao projeto e que ele cresça e se fortaleça ainda mais, levando informação à comunidade surda, tão carente de iniciativas como essa. Parabéns!

8 de mai. de 2013

Filme "Ferrugem e Osso"

Oi pessoal!
Hoje quero fazer uma indicação de um filme sensível e ao mesmo tempo forte, com um ótimo roteiro, produção e atuação, que se chama "Ferrugem e Osso", originalmente, "De Rouille et D'os", de 2012. A produção francesa conta a história que pode ser relacionada com "Os Intocáveis", por narrar a relação entre duas pessoas com experiências e personalidades muito fortes, mas de mundo diferentes, e  que uma delas possui uma deficiência física, e a outra lida com isso sem menosprezar ou vitimizar o que tem a deficiência. A diferença é que em "Ferrugem e Osso" a relação deles vai além da amizade e se inicia uma relação amorosa (sem spoiler, isso dá pra perceber pelo trailer). Porém, acho que o que eu mais gostei do filme é que, embora a história da tragédia pessoal da personagem Stéphanie (vivida pela lindíssima Marion Cottillard) seja crucial para o enredo, ele não se foca apenas na deficiência dela (que é a parte "ferrugem"), mas também mostra os dramas e desafios vividos pelo personagem Ali (interpretado por Matthias Schoenaerts), o "osso" da dupla. 

As cenas que mostram as pernas de Stéphanie são impactantes, mas não gratuitas, e muito bem produzidas (eu fiquei pensando: como eles filmaram isso? mas pra quem entende de efeitos especiais, deve ser moleza).

Aí eu encontrei essa imagem na internet, que mostra a gravação de uma cena do filme, e a atriz Marion Cottilard usando meias verdes, para a edição da imagem:

As cenas deles nas praias do sul da França são lindas! E para quem ficou com vontade de assistir, deixo dois trailers.

Trailer 1


Trailer 2



Para saber em que salas de cinema o filme está passando, clique aqui.
Abraço, Vanessa.

Ah, não deixem de mandar seus comentários sobre o filme!!!

5 de mai. de 2013

Uma escola de surdos em Lisboa

Olá pessoal

Estou feliz por estar de volta postando, depois de um período que precisei priorizar meus estudos. De volta ao Brasil, a minha casinha, aos meus projetos, e de volta ao Blog Vendo Vozes, quero aproveitar para contar a vocês um pouco das experiências que tive em Lisboa e que possam ser, de alguma maneira, úteis a vocês!

Hoje quero começar relatando uma escola de surdos que conheci chamada Escola Jacob Rodrigues Pereira. Estive lá por duas ocasiões, a primeira conhecendo a instalações da escola, a história, metodologia e projetos, através da grande ajuda do professor e coordenador Pedro Barros, e, em um segundo momento, pude assistir e participar de uma aula de Língua Portuguesa com a professora Susana Rebelo.

Sobre a escola
A Escola Jacob Rodrigues Pereira pertence à Associação Casa Pia, em Lisboa, desde 1834, quando começou como um instituto exclusivo para alunos surdos. Diferente de outras escolas, ela não é supervisionada pelo Ministério da Educação, mas sim, pelo Ministério da Seguridade Social de Portugal, e é a maior instituição de educação de surdos daquele país. Atualmente, também acolhe alunos ouvintes, embora os surdos ainda sejam maioria.

Fachada do instituto Jacob Rodrigues Pereira

O nome da escola é uma homenagem à Jacob Rodrigues Pereira, educador de surdos francês que viveu entre 1715 e 1780, e criou um método de ensino oral para surdos através de gestos, pois acreditou, na maior parte de sua vida, que o oralismo era a melhor opção para surdos. Ao final de sua vida, no entanto, ele se convenceu de que a comunicação em língua de sinais era uma melhor opção de comunicação e desenvolvimento dos surdos.

Busto de Jacob Rodrigues Pereira, na entrada da escola

Observação
Observei a aula de Língua Portuguesa de uma turma do 11° aluno do curso de ensino secundário profissionalizante de Desenho de Arquitetura. Embora a turma seja mista, durante algumas aulas (inclusive, as de Língua Portuguesa) os alunos surdos e ouvintes são separados. A turma de surdos era composta de 6 alunos surdos, com média de 19 anos. A turma era muito descontraída, e logo que a professora me apresentou a eles, se interessaram em me perguntar várias coisas sobre o Brasil, sobre a educação de surdos aqui e sobre a Libras. Alguns tinham muito interesse em vir para cá, e pesquisavam os sinais da Libras na internet, além de conheceram muitas coisas sobre o país, principalmente devido as novelas brasileiras que são transmitidas pelos canais de TV portugueses.


Queridos alunos da turma do 11° ano, eu à esquerda, e professora Susana à direita.


A aula era bilíngue, pois além da professora sinalizar em LGP (Língua Gestual Portuguesa), por vezes ela precisava oralizar para um dos alunos, que além de ter perdido a audição depois de adolescente é francês, e ainda está aprendendo a Língua Portuguesa. Que desafio, né? Então ela oralizada em português, e por vezes, em francês, para que o aluno também pudesse acompanhar. Uma outra curiosidade foi o tópico da aula: teatro, que lá também é competência do professor de português (Desafio 2!) Como aqui no Brasil, não há livros didáticos de LP para surdos, e os professores acabam desenvolvendo os materiais, com muita criatividade e recursos visuais. A sala de aula conta, além do quadro negro, de uma quadro "touch", daqueles brancos, como se fosse um monitor de computador gigante, que se pode clicar e tem vários recursos (todas as salas de aula possuem essa tela). Esse tipo de tecnologia é URGENTE  nas salas de aulas de surdos no Brasil, não acham? 

Agradeço à carinhosa recepção da Professora Susana, do Professor Pedro Barros, e dos alunos do 11° ano. Obrigada!

Para saber mais



26 de mar. de 2013

Notícias do 1º Symposium on Sign Language Acquisition

Olá queridos

Estou de volta para trazer notícias do último evento que participei, o 1º Symposium on Sign Language Acquisition, que ocorreu na semana passada na Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa.
O evento reuniu muitos pesquisadores do tema de vários países, por isso foi uma ótima oportunidade de ver de perto muitos autores de textos que lemos (como Anne Baker, Diane Lilo-Martin, Gary Morgan, Marc Marschark, entre outros), além de saber mais de suas últimas pesquisas, o que andam fazendo, suas opiniões, enfim, foi um evento muito rico.
Foi uma alegria também poder encontrar pesquisadoras brasileiras que participaram do evento, e ver como as pesquisas brasileiras sobre línguas de sinais e educação de surdos são respeitadas internacionalmente.

Palestra de Diane Lillo-Martin, sobre aquisição de línguas de crianças filhas de pais surdos, em parceria com a  Dra. Ronice Quadros, da UFSC


Acima, estou na companhia das queridas Rossana Passos e Ediléa Bernardino, da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
A presença dos surdos do curso Pro-LGP também foi maciça. Aproveito mais uma vez o carinho e a atenção de todos comigo, sempre pacientes para tentar me entender em Libras.

Na foto acima, parte da turma 2 do Pro-LGP: Eu, Paula, Luisa, Marcia, Antonio, Débora (intérprete estagiária) e Helena. Faltou a Julia, que só apareceu depois, e ainda a Isabel, surda intérprete de surdocegos e da Língua de Sinais Internacional, ambas abaixo:



Aproveito para parabenizar a toda a equipe de organizadores do evento, especialmente à Professora Ana Mineiro, e espero que muitos outros ocorram, congregando pesquisadores já consagrados com aqueles que estão começando, possibilitando que o conhecimento seja produzido e compartilhado.

Na foto, em azul (primeiro plano), Professora Ana Mineiro, organizadora do evento. À esquerda, sua equipe (Sônia, Tânia, Mara e Sara) e demais professores da UCP.

O caderno de abstracts/resumos dos trabalhos apresentados no SLA podem ser acessados AQUI.
Disponibilizo abaixo, a quem interessar, minha apresentação em prezi (em língua inglesa, que era a língua oficial do evento). Meu trabalho consistia na análise de uma atividade de leitura dirigida a surdos universitários, parte da minha tese de doutorado em andamento.


Abraços a todos!
Vanessa

13 de mar. de 2013

Episódio do seriado "Switched at Birth" totalmente em língua de sinais

Oi pessoal!
Quem conhece o blog há algum tempo sabe que eu sou fã de um seriado americano chamado "Switched at Birth" (aqui eu apresentei a série), que está chegando ao final de sua segunda temporada. A série é produzida pelo canal americano ABC Family, e no Brasil é transmitida pelo canal a cabo Sony. A cada episódio os temos envolvendo questões de surdos se aprofundam, e mais atores surdos são incorporados ao elenco, principalmente agora que, ao invés de mostrarem as escolas das duas personagens principais (Bay, ouvinte, e Daphne, surda), as histórias se concentram na escola de surdos Carlton, para onde Bay e outros alunos ouvintes foram integrados.


Nas imagens acima, retiradas do episódio 09 do seriado "Switched at Bith", um cartaz gigante é colocado na fachada da escola, com a imagem de uma menina com uma mão no ouvido, e a outra erguida, em sinal de luta, com as palavras "Take back Carlton", que significa "Tomar Cartlon de volta". Na segunda imagem, os alunos surdos comemoram.

O episódio que foi ao ar na semana passada (temporada 2, episódio 9) foi um dos que mais me emocionou, e eu precisava muito compartilhar isso com vocês, e foi ao ar na data que marca os 25 anos dos protestos que marcaram a comunidade surda americana por um reitor surdo na Gallaudet University.  Carlton, a escola de surdos, está prestes a ser fechada pelo governo, e os alunos serão distribuídos em escolas inclusivas (algo que tem acontecido, de verdade, em muitos lugares, inclusive no Brasil). Os alunos, então, resolvem protestar contra o fim da escola, fazendo uma alusão direta (e inclusive, mencionada), na luta dos estudantes de Gallaudet (universidade americana de surdos) no final dos anos 80 (neste post você encontra mais informações e referências sobre este importante episódio da história da educação dos surdos). 
Normalmente, as cenas deste seriado contam com a verbalização, em língua inglesa, mesmo quando a cena é sinalizada, em língua de sinais americana, ou seja, o ator sinaliza, mas também fala, como recurso para auxiliar os telespectadores da série. Essa mesma estratégia é utilizada em filmes que usam a língua de sinais, como "Os Filhos do Silêncio", por exemplo. Pois bem, no episódio da semana, que afirma que os ouvintes só entenderão realmente os surdos quando estiverem em seu lugar, apenas a primeira cena e a última fala do episódio são verbalizadas. Os sons são retirados do episódio, sem fala, sem nenhum barulho, apenas uma pequena trilha sonora aparece, às vezes. Simbolicamente, Daphne, a personagem surda, tira seu aparelho auditivo no início do episódio, e sentimos, um pouco, do que ela sente. Em todas as cenas posteriores, todos os personagens sinalizam (para os telespectadores entenderem, usam as legendas). Desta forma, como é proposto pelos produtores, os lugares se invertem: são os ouvintes, e não os surdos, que se sentem perdidos, e precisam das legendas para compreenderem as cenas.

O anúncio do episódio totalmente em ASL (American Sign Language) foi tão intenso, que a própria Gallaudet University fez um comercial para ser transmitido no intervalo do episódio, relembrando os protestos de 1988 (que completaram, na semana passada, 25 anos). Vejam o comercial abaixo:


Tenho recomendado esta série para profissionais, professores e pesquisadores da área da educação de surdos, e todos os que querem entender um pouco mais esta cultura. Em alguns cursos, já utilizei pequenos trechos de algum episódio para fomentar discussões, e a resposta tem sido bastante positiva.
Espero que todos tenham a oportunidade de ver esse episódio, e quem puder, publique sua opinião aqui nos comentários, ok?

Abraços a todos!
Vanessa

11 de mar. de 2013

Conhecendo o curso Pro-LGP

Olá queridos, como estão?

Não estou tendo muito tempo para fazer postagens mais completas aqui no blog, mas procuro atualizar sempre que possível a página do facebook, com links, eventos, e algumas sugestões mais rápidas, por isso convido vocês a conhecerem, em https://www.facebook.com/vendovozes.

Hoje quero aproveitar para falar um pouco sobre o curso, aqui de Portugal, onde vim pesquisar, o Pro-LGP, da Universidade Católica PortuguesaO curso é uma licenciatura em Língua Gestual Portuguesa (LGP), semipresencial, ou seja, funciona através de educação a distância e encontros presenciais, cujo objetivo é formar profissionais no ensino de LGP e, por isso, é voltado para surdos que se comunicam através desta língua. As unidades curriculares são apresentadas nos encontros presenciais, pelo professor responsável, com o suporte de intérpretes de LGP, que também são tutores. Durante a semana, os alunos aprofundam seus conhecimentos através de estudos e atividades que constam nos materiais (livros da disciplina e plataforma virtual), discutem e tiram as dúvidas com os tutores através desta plataforma, com uma carga horária de atividades de aproximadamente 20 horas por semana.

Prédio do campus da Universidade Católica Portuguesa em Lisboa

A princípio, o curso me parecia ser muito parecido com o Letras-Libras, que temos no Brasil, mas são cursos bem diferentes. O Pro-LGP tem somente alunos surdos, o que cria uma atmosfera diferente, já que os conteúdos são ensinados totalmente em língua de sinais. Além disso, ele forma apenas para ensinar, proporcionando uma carga horária maior de disciplinas que estudam aquisição de linguagem, ensino de línguas e didática.

Layout do site do curso Pro-LGP, disponível em http://www.pro-lgp.com/home/home.html

O curso Pro-LGP é organizado através de três grandes áreas de estudos, em um total de 27 disciplinas, chamadas de “planos de estudos”, enumeradas abaixo. As áreas são Ciências da linguagem (de 1 a 12), Neurociências (13 a 19) e Ciências da educação (20 a 27), que procuram formar um profissional com conhecimento linguístico não apenas cultural, mas também biológico e capacitado para o ensino da língua de sinais.

  1. Português como L2 I, II e III
  2. Literatura das Línguas Gestuais
  3. Introdução aos Estudos Linguísticos
  4. Linguística I (Fonética e Fonologia)
  5. Linguística II (Morfologia)
  6. Linguística III (Sintaxe)
  7. Linguística IV (Semântica)
  8. Linguística V (Sociolinguística e Pragmática)
  9. Investigação em Linguística das Línguas Gestuais
  10. Lexicologia e Lexicografia nas Línguas Gestuais
  11. Escrita das Línguas Gestuais I
  12. Escrita das Línguas Gestuais II.
  1. Introdução à Surdez
  2. Introdução às Neurociências
  3. Bases Biológicas da Linguagem e Aquisição da Linguagem
  4. Neurociências e CogniçãoIntrodução à Surdez
  5. Introdução às Neurociências
  6. Bases Biológicas da Linguagem e Aquisição da Linguagem
  7. Neurociências e Cognição
  1. História da Educação de Surdos I
  2. História da Educação de Surdos II
  3. Estudos Surdos I
  4. Estudos Surdos II
  5. Ensino a Distância para Surdos
  6. Introdução às Ciências da Educação
  7. Métodos de Ensino e de Aprendizagem
  8. Ensino e Aprendizagem da LGP como L2

Os planos de estudos listados acima são ministrados através dos encontros presenciais, do ambiente virtual e das publicações impressas do curso. Cada publicação, em língua portuguesa, acompanha um DVD com o mesmo conteúdo traduzido para a LGP. São, no total, 22 volumes, com os seguintes títulos:
  1. Ensino a Distância em e-Learning: conceitos e práticas
  2. História da Educação de Surdos I
  3. Introdução aos Estudos Linguísticos
  4. Introdução à Fonética e Fonologia na LGP e na Língua Portuguesa
  5. Introdução à Neurociências
  6. Português como Língua Segunda para Surdos I
  7. Introdução à Surdez
  8. Bases biológicas e Aquisição de Linguagem
  9. Introdução às Ciências da Educação – Temas e problemas da educação inclusiva
  10. História da Educação de Surdos II
  11. Literatura das Línguas Gestuais
  12. Estudos Surdos I – Obras de referência
  13. Português como Língua Segunda para Surdos II
  14. Escrita das Línguas Gestuais
  15. Um olhar sobre a morfologia dos Gestos
  16. Questões sobre Ensino e Aprendizagem
  17. Sintaxe das Línguas Gestuais
  18. Introdução à Semântica Cognitiva
  19. Pragmática e Sociolinguística
  20. Neurociências e cognição
  21. Os Dicionários e os Avatares Gestuais
  22. Estudos Surdos II
Outra coisa legal é que os livros produzidos pelo curso são vendidos comercialmente, ou seja, qualquer pessoa pode adquiri-los nas livrarias de Portugal, o que amplia e muito a possibilidade de outros grupos se qualificarem e produzirem discussões e pesquisas nestas áreas. É possível encontrar a coleção completa, com os respectivos autores, índices e maiores informações no site da editora da universidade, aqui, que comercializa a coleção (os preços estão em euros). Algumas pesquisadoras brasileiras contribuem com as obras, como Ronice Müller de Quadros, Sandra Patrícia de Faria do Nascimento e Marianne Stumpf.

Exemplos de alguns livros da coleção Pro-LGP.

Devido a demanda de um vocabulário em Língua Gestual Portuguesa para os termos referentes às ciências da linguagem, o curso conta com um projeto para a criação, sistematização de divulgação desses sinais. É possível consultar um dicionário terminológico no próprio site do curso, no link http://pro-lgp.com/dicionario/index.html.
Para saber mais, visite o site do curso AQUI.

Pelo pouco que pude acompanhar, o curso me parece muito interessante, com uma equipe bastante empenhada e produzindo pesquisas inéditas e relevantes. Aproveito para agradecer o apoio e a gentileza com que a equipe formadora e os alunos têm me recebido. Obrigada!


9 de fev. de 2013

Como aprender Língua de Sinais?

por Vanessa

Olá pessoal,

Preparei este post com o intuito de dar algumas dicas simples para aquelas pessoas que querem aprender Língua de Sinais e não sabem por onde começar. Desde o início do blog Vendo Vozes, em 2007, recebo e-mails de pessoas com esta vontade, e já fiz vários tópicos, mas aqui resolvi  concentrar todas as informações em uma só postagem.

Assim como nas demais línguas, você pode aprender Língua de Sinais formal ou informalmente. Formal significa se matricular em um curso e estudar a língua com um professor preparado para isso, com uma turma, ou em uma aula particular. Existem diversos materiais, vídeos, livros e apostilas que os professores (no caso, instrutores) usam. Aprender informalmente significa estar em contato direto com a comunidade surda, participar de associações, grupos, encontros, interagir com surdos e pessoas que utilizem a língua de sinais e aprender neste meio. O ideal seria aliar estas duas maneiras, e conseguir manter contato com a comunidade surda para continuar aprendendo as "novidades" da língua e não esquecer daquilo que você aprendeu.

Abaixo, organizei três dicas que podem ajudá-lo a aprender Língua de Sinais:

1 - Pesquise locais que ensinem  Língua de Sinais

Comece pesquisando associações de surdos em sua cidade e região. Você pode fazer essa pesquisa no Google, ou utilizar o site da Feneis (Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos), que possui escritórios regionais por todo o Brasil.
Outra opção é pesquisar nas universidades e faculdades. Como todos os cursos de Licenciatura precisam oferecer curso de Libras, atualmente, muitas instituições utilizam essa estrutura (de materiais e profissionais) e oferecem cursos de Libras também para a comunidade (não precisando estar, necessariamente, matriculados na instituição) em forma de cursos de extensão. Procure nos sites das universidades, no setor de cursos de extensão, ou entre em contato com este setor para maiores informações.
No blog Vendo Vozes já divulgamos vários cursos de libras, você pode escrever o nome de sua cidade ou estado na caixa de pesquisa ou nos "tópicos" em "Cursos de Libras".

2 - Estude

É importante você conhecer um pouco sobre a estrutura das línguas de sinais, suas origens, história e comunidade surda. Por isso, pesquise sites, livros, vídeos e eventos sobre o tema para conhecer um pouco mais. Língua é Cultura, e só fará sentido aprender a Língua de Sinais se você conhecer e admirar a cultura surda.
Imagem de capa do livro Libras? Que língua
é essa?
a capa tem fundo branco, letras vermelhas e a
imagem de uma pintura carimbada de mão
com tintas coloridas
Uma bibliografia bem interessante para aqueles que estão começando a estudar Libras é a obra "Libras? Que língua é essa?", de Audrei Gesser, editado pela Parábola. O livro possui um preço acessível, é vendido em várias livrarias e sites, e trata de mitos e informações importantes sobre a Libras através de uma série de perguntas bastante comuns para quem está começando, como: "A língua de sinais é universal?; A língua dos surdos é mímica?". Aqui você pode espiar o sumário e o prefácio da obra.


3 - Qualquer pessoa pode aprender Língua de Sinais
Assim como as demais línguas, não existe um limite de idade para se aprender as Línguas de Sinais, nem é preciso ter nenhuma "habilidade especial". Bebês expostos às línguas de sinais são capazes de se comunicar desde muito cedo. Não tenha medo e nem vergonha, se você tem vontade de sinalizar, corra atrás e se esforce. Procure bons profissionais que possam te ajudar, pesquise materiais e procure conviver com a comunidade surda.

Espero que essas dicas simples possam encorajá-lo a conhecer mais da Libras, ou de outras línguas de sinais, dependendo de onde você viva. Grande abraço a todos!

23 de jan. de 2013

Curso de audiodescrição em Porto Alegre

por Vanessa

Olá queridos leitores! 
Em posts passados já havíamos publicado cursos de audiodescrição em SP e no RJ. A novidade deste ano é que estão abertas as inscrições para um curso de extensão em audiodescrição em Porto Alegre, pela UFRGS. É um curso que, se estivesse no Rio Grande do Sul, certamente faria, mas vou esperar uma próxima edição. 

Mas, o que é audiodescrição?

Segundo o site Audiodescrição, este recurso consiste na descrição clara e objetiva de todas as informações que compreendemos visualmente e que não estão contidas nos diálogos, como, por exemplo, expressões faciais e corporais que comuniquem algo, informações sobre o ambiente, figurinos, efeitos especiais, mudanças de tempo e espaço, além da leitura de créditos, títulos e qualquer informação escrita na tela.
A audiodescrição permite que o usuário receba a informação contida na imagem ao mesmo tempo em que esta aparece, possibilitando que a pessoa desfrute integralmente da obra, seguindo a trama e captando a subjetividade da narrativa, da mesma forma que alguém que enxerga.
As descrições acontecem nos espaços entre os diálogos e nas pausas entre as informações sonoras do filme ou espetáculo, nunca se sobrepondo ao conteúdo sonoro relevante, de forma que a informação audiodescrita se harmoniza com os sons do filme.
Exemplo
Para dar um exemplo sobre o que é um filme com audiodescrição, assistam abaixo o trailer do Filme "Colegas", cuja audiodescrição foi feita pela equipe Tagarellas, que ministrará o curso em Porto Alegre:



As informações do curso
Estão abertas as inscrições para o curso de extensão “Audiodescrição e suas intersecções com a Educação”, da Faculdade de Educação da UFRGS (Av. Paulo Gama, 110 – Centro Histórico – Porto Alegre/ RS). As aulas ocorrem de 16 de março a 29 de junho, sempre aos sábados pela manhã.

O curso destina-se a professores de todas as áreas do conhecimento, pedagogos, profissionais que atuam em museus, bibliotecas, teatros e centros culturais, produtores culturais, comunicadores e gestores culturais (alunos da UFRGS ou da comunidade externa).

As atividades são oferecidas pela equipe da Tagarellas Audiodescrição, tendo como coordenadores Felipe Mianes (historiador e doutorando em Educação pela UFRGS) e Mariana Baierle (jornalista e mestre em Letras pela UFRGS) – ambos com baixa visão e Audiodescritores Consultores. Como professoras convidadas estão Mimi Aragon (publicitária e Roteirista de Audiodescrição) e Marcia Caspary (locutora, Roteirista e Narradora de Audiodescrição). Toda equipe da Tagarellas Audiodescrição tem formação específica na área e experiência em audiodescrição de livros, materiais didáticos, exposições de arte, peças de teatro, cinema, espetáculos de dança, seminários e eventos.

Este curso tem o objetivo de instrumentalizar profissionais da área da Educação – não somente da Educação restrita à sala de aula, mas da Educação como um todo, envolvendo diversos ambientes culturais – para que conheçam o recurso e possam aplicá-lo de modo a tornar os espaços culturais acessíveis a todos. Tendo em vista que a formação de um audiodescritor profissional não caberia em apenas um semestre de extensão universitária, busca-se, neste curso, proporcionar uma formação inicial acerca do recurso, da legislação brasileira e da discussão acerca da ampliação de sua aplicabilidade e das intersecções com o campo da Educação.

A carga horária é de 60 horas, com valor único de R$ 350,00, com certificação pela Pró-Reitoria de Extensão da UFRGS. Todas as informações referentes às inscrições, cronograma, ementa e bibliografia estão no blog do curso: http://educadfaced.blogspot.com.br.

Referências desta postagem
http://audiodescricao.com.br/ad/o-que-e-audiodescricao/
http://www.youtube.com/user/Tagarellas?feature=watch
http://educadfaced.blogspot.com.br/


21 de jan. de 2013

Deficiência e Sexualidade: Filme "As Sessões"

Esta semana assisti ao filme "As sessões", aqui em Portugal intitulado "Seis sessões", que está nos cinemas portugueses atualmente, e achei o filme muito interessante, justamente por tratar de um tema tão pouco comentado: a sexualidade na deficiência. O filme conta a história do poeta e jornalista Mark O'brian, que teve poliomelite aos 6 anos de idade, e ficou com o corpo paralisado após a doença. Mark conseguiu estudar e se formar, e teve uma carreira bem-sucedida. Entretanto, sentia falta de relacionar-se afetiva e fisicamente com uma mulher, e encontrava dificuldade em realizar essa necessidade, até que foi aconselhado por sua terapeuta a contratar uma assistente sexual.
O filme mostra, então, como o nome sugere, as sessões que Mark teve com Cheryl, a assistente contratada.
O roteiro foi construído a partir do artigo publicado pelo próprio Mark contando esta experiência, "On seeing a sex surrogate" (disponível aqui) e mistura momentos de comédia e drama, sempre de maneira sensível e natural.
Estrelado pelos atores John Hawkes e Helen Hunt, o filme ganhou vários prêmios e está na lista dos concorrentes ao Oscar 2013 para melhor atriz coadjuvante.




Abaixo, o trailer oficial com legenda em português:



Algum leitor do blog já assistiu ao filme? 

20 de jan. de 2013

Espetáculo Tangos e Tragédias com audiodescrição em Porto Alegre


O espetáculo Tangos e Tragédias já é um patrimônio de Porto Alegre, e este ano, contará com uma sessão especial em audiodescrição. Se você não quer perder essa oportunidade programe-se, porque será nesta semana, quarta-feira, dia 24/01. Agradeço à Márcia Marques, que me encaminhou o convite. O texto abaixo é do blog Mil Palavras Acessibilidade Cultural. Por favor, se algum leitor comparecer ao espetáculo, nos escreva contando como foi.


A dupla sborniana está de volta ao Theatro São Pedro para sua tradicional temporada de verão.
Tangos & Tragédias, em cartaz há 28 anos, é um espetáculo que reúne música, humor, teatro e muita interação com o público. O Maestro Plestkaya (Nico Nicolaiewsky) e o violinista Kraunus Sang (Hique Gomez), artistas vindos de um país imaginário chamado Sbórnia, executam músicas do folclore sborniano, falando de temas como amor impossível, dor de cotovelo e outras tragédias do ser humano.
Não perca a sessão com audiodescrição! Será no dia 24 de janeiro, às 21 horas. Os ingressos já estão à venda na bilheteria do teatro. Garanta seu lugar com bastante antecedência, pois o espetáculo sempre tem casa lotada!

O Ônibus Amarelo da Sbórnia
“Na vida, tudo é passageiro. Menos o Tangos e Tragédias”.

Descrição da imagem: Kraunus e Pletskaya a bordo do seu flamante yellow busmarine, um ônibus amarelo típico do transporte escolar americano. O capô do motor é projetado para frente, como em um caminhão, e o teto é arredondado. Na lateral está escrito Tangos e Tragédias e na frente, acima do para-brisa, o destino: Sbórnia. 
Pletskaya, no banco do motorista, coloca a cabeça e o braço esquerdo para fora da janela. Grita (com certeza revoltado com algum motorista que evidentemente não está obedecendo às leis de trânsito da Sbórnia). Está elegantemente vestido, com camisa branca e colete e gravata pretos. Tem cabelos lisos penteados para trás eusa um bigode bem fininho.
Kraunus aparece com o tronco para fora da janela, quatro lugares atrás do motorista. Olha para a câmera com ar de cobrança, mostrando dois bilhetes azuis. Kraunus tem cabelos pretos e compridos penteados para cima, parecendo um cocar. Usa barba e bigode bem curtos e grisalhos e seus lábios estão pintados de preto. Veste uma camisa social branca e um paletó preto.

SERVIÇO
O quê: Tangos & Tragédias com audiodescrição
Data: 24 de janeiro de 2013 (quinta-feira)
Horário: 21h (o espetáculo tem duração aproximada de duas horas)
Iingressos: Platéia - R$ 80,00 / Cadeira Extra e Camarote Central - R$ 60,00 / Camarote Lateral - R$ 30,00 / Galeria - R$ 20,00
Descontos de 15% para titular do Clube do Assinante ZH e 50% para estudante esênior (acima de 60 anos)

19 de jan. de 2013

Programação de eventos 2013: 2º semestre


Publico agora a continuação da programação para 2013, com os eventos programados para o segundo semestre. À medida que novos eventos forem divulgados, ampliaremos a lista. Obrigada, mais uma vez, à querida Neiva Aquino!


02 a 05 de julho
IV Simpósio Mundial de Língua Portuguesa (SIMELP)
UFG, Goiânia, Goiás


10 a 13 de julho
Theoretical Issues in Sign Language Research (TISLR) Conference 11
Local: University College London (UCL)


17 a 20 de julho
2 Encontro latino-americano de Tradutores/Intérpretes e guiainterpretes de Língua de Sinais
Local: Rio de Janeiro
http://www.facebook.com/2Elatils


18 a 20 de Julho de 2013
Deaf Academy Congress 2013
Local: Portugal - Universidade Católica em Lisboa
http://www.deafacademy2013.com/

09 a 12 de setembro 
X Congresso Brasileiro de Linguística Aplicada (X CBLA), “Política e Políticas Linguísticas”, a Local: UFRJ, Rio de Janeiro
http://www.alab.org.br/eventosalab/evento/?id=39


23 a 26 de setembro de 2013
XI Encontro Nacional de Tradutores & V Encontro Internacional de Tradutores
UFSC, Florianópolis, Santa Catarina

08 a 11 de outubro
19º InPLA - Intercâmbio de Pesquisas em Linguística Aplicada
Site: www.inplasil2013.com.br (a partir de 21/01)

16 a 18 de Outubro de 2013
2nd International Conference of the World Federation of the Deaf
Wesley Conference Centre em Sydney- Austrália
http://www.wfdsydney2013.com/

31 de outubro a 2 de novembro de 2013
Congresso 2013 - "Educação Inclusiva e Equidade"
Local: Lisboa
http://congressospinandee.blogspot.pt/
Aproveito para mostrar-lhes outra escultura representando mãos que encontrei em Lisboa e, claro, lembrei de vocês. A obra é sem título, e foi inaugurada em 2004, feita pelo artista J. Botelho de Souza:


A imagem mostra duas fotografias, tiradas em diferentes ângulos da escultura de bronze que representa duas mãos unidas, uma aberta sobre a outra fechada.

17 de jan. de 2013

Programação de Eventos 2013: 1º semestre

Olá queridos,

Graças à organização e generosidade da Neiva Aquino, posso passar a vocês uma rica programação de eventos nas áreas de educação inclusiva, especial, Línguas de Sinais e Linguística para este ano. Programem-se com antecedência, pois a maioria dos eventos oferece descontos para quem paga antes, além dos prazos de submissão para aqueles que querem apresentar trabalhos.
Vale lembrar que vários eventos não são abertos somente para a comunidade acadêmica (estudantes universitários e de pós-graduação), mas também à professores de educação básica e demais interessados. Por isso, se você tem alguma experiência em educação que quer compartilhar, algum projeto que deu certo, procure se inscrever e passar adiante aquilo que você fez.
Também recomendo que participem de eventos deste tipo aqueles que querem aprender mais sobre a educação de surdos, línguas de sinais, e que pretendem se especializar nessa área.

Na imagem, Neiva e eu no Congresso de Educação Bilíngue para Surdos, em abril de 2012, em Asunción, Paraguay.


Vamos começar com os eventos do primeiro semestre que já tenham data definida e um contato para maiores informações:

1º semestre



  • 08 a 10 de Março de 2013 - Deaf View 3 Conference - Local: Nova Zelândia (Aotearoa) InterContinental Hotel em Wellington
http://www.porsinal.pt/index.php?ps=congressos&idcon=79
http://www.deafview3.co.nz/


  • 09 de Março  - Seminário sobre Educação Especial e Inclusiva: Nós e os Laços - Universidade Católica Portuguesa em Viseu - Portugal
http://congressospinandee.blogspot.pt/


  • 22 e 23 de Março de 2013 (já divulgamos aqui)
1° Simpósio de Aquisição de Língua de Sinais (ou Língua Gestual)
Local: Portugal - Universidade Católica Portuguesa (UCP) em Lisboahttp://www.ics.lisboa.ucp.pt/site/custom/template/ucptpl_fac.asp?SSPAGEID=934&lang=1&artigo=365&artigoID=365


  • 18 a 21 de abril de 2013 
Reatech - Feira internacional em tecnologias e reabilitação, inclusão e acessibilidade
Local: São Paulohttp://www.reatechvirtual.com.br/


  • 18, 19 e 20 de abril de 2013. 
2° Encontro de Famílias Bilíngues e Amigos de Surdos de Mato Grosso do Sul
Local: Campo Grande / MS,
librasefamiliasbilinguesdoms.blogspot.com
familiasbilingues@gmail.com

  • 16/5/2013 a 18/5/2013 
II Hearing - Congresso Internacional de Surdez, Implante Coclear, Próteses Auditivas e Cirurgicamente Implantáveis
Local: Local: Centro de Convenções Rebouças - Pinheiro - São Paulohttp://www.forl.org.br/cursos/eventos_detalhes.asp?cod=914


  • 25 e 28 de junho 
4o Congresso Brasileiro de Educação UNESP, campus de Bauru.
O Congresso Brasileiro de Educação, em sua 4ª (quarta) edição, tem como objetivo debater, construir e divulgar o conhecimento sobre a formação inicial e continuada dos professores para a Educação Básica e Superior. http://www2.fc.unesp.br/cbe/


  • 21-22 de junho de 2013 
3º. Simpósio Profissão Tradutor
Local: São Paulo
proft2013@gmail.com


E aí, se interessaram por algum evento? Vão participar? 
Para divulgar, gratuitamente, seu evento no blog, escreva para blogvendovozes@gmail.com